28 de março de 2011

Frente a Frente


Boa noite. Depois de duas personagens de "Anjo Meu" terem estado em duelo, esta semana a batalha ocorre entre duas brilhantes séries da RTP1: "Conta-me Como Foi" e "Maternidade"! Entre nesta ficção e dê o seu voto na opinião mais forte desta edição do "Frente a Frente".


Aquando da sua estreia muito falei sobre a qualidade desta série, mas não podia deixar de elegê-la quando imaginei este Frente a Frente. A cada episódio que passa fico mais apaixonado por esta história. Não sendo algo muito “normal”, nem muito “diferente”, pelo menos é a prova de que, sem grandes estrelas se consegue um elenco de luxo, não tirando, claro está, mérito a quem nela participa. Arrisco-me, até, a ir mais longe: se o elenco tivesse mais estrelas talvez a série não fosse tão boa.


Lúcia Moniz, José Fidalgo, Custódia Gallego, Joaquim Horta e Martinho Silva dão, sem sombra de dúvidas, uma grande qualidade a Maternidade. E todos os outros actores que nela participam acabam por ter também um papel fundamental. Todos os domingos, aquela hora em que esta série é transmitida é, para mim, sagrada. E ninguém ma pode “roubar”.


Para mim, Maternidade é talvez uma das melhores, se não a melhor, série dos últimos tempos da RTP. E, para além do óptimo elenco de que já falei anteriormente, é notório ainda em cada episódio a exploração de diversos sentimentos, algo que, em pleno século XXI é completamente essencial para o sucesso de qualquer produto televisivo. E isso é bem vísivel nesta Maternidade. Desde as lágrimas da chefe de unidade Madalena, aos sorrisos do sempre simpático Doutor Luís, passando ainda pela emoção constante nos olhos da doutora Rosa, não esquecendo também a alegria de cada uma das “mães” quando “dá à luz” o seu filho.


E é talvez o factor “bebés/crianças” que explica também uma parte do sucesso desta série. Afinal de contas, qualquer pessoa fica completamente enternecida a olhar para aqueles bebés tão indefesos. Em Maternidade as histórias parecem reais e grande parte delas são passadas quase que na integra na vida real. Até porque, o dia-a-dia numa unidade de obstetrícia não é, de todo, um “mar de rosas”. E é isso que esta série tenta, e muito bem, mostrar.

Eu sou um grande fã e, como já referi anteriormente, sou incapaz de perder um episódio. Uma grande história, um grande elenco, e, finalmente, umas boas audiências. Grande parte dos portugueses estão rendidos a esta Maternidade! Eu sou um deles, e você?

"Qual a melhor série da RTP1 produzida nos últimos tempos?", é a pergunta que lhe coloco. Para mim, e apesar de reconhecer a boa realização e história de "Maternidades", a resposta á óbvia: "Conta-me Como Foi". Com um elenco de luxo, composto por nomes tão grandes como Catarina Avelar, Miguel Guilherme ou Rita Blanco, a produção da estação pública retrata Portugal a partir da década de 60. Com vários detalhes que demonstram uma excelente produção por parte da equipa técnica da RTP1, desde a primeira temporada que fiquei rendido a este "Conta-me Como Foi".

Não esquecer o narrador que retrata a história na actualidade com base nas suas vivências do passado, tornando a série um marco para qualquer amante de produções nacionais. Independentemente das audiências que alcance, é de salientar que mesmo com shares que não consigam fazer frente à concorrência, a própria promoção deste "Conta-me" acaba por ficar um pouco à quem das expectativas. Sabendo que esta série é uma das mais importantes que a RTP1 já lançou até hoje, seria a meu ver necessário que existisse uma maior preocupação com a mesma.


Aliás, não tenho dúvida que foi com base nela que se fomentou a ideia de a TVI lançar uma telenovela dos anos 80. Não, não quero com isto dizer que a estação de Queluz de Baixo fez uma cópia, porém a concorrência não significa apenas guerra de audiências. Afinal, também com ela temos a possibilidade de aprender, e tirar conclusões sobre possíveis formatos ou produções.

Mais? Não poderia esquecer-me neste "Frene a Frente" da personagem Carlos, interpretada pelo pequeno Luís Ganito. Este é dos poucos actores que se pode gabar de que os homens não se medem aos palmos e, como tal, também ele teve a sua oportunidade na série da RTP1. Pode pensar-se que na estação pública os mais jovens não têm visibilidade, porém o pequeno Luís tem vindo a provar o contrário, com a sua excelente prestação em "Conta-me Como Foi".


Em conclusão, penso que é com pequenos passos que o nosso país pode crescer na ficção. Esta área não se fica pela produção de novelas, hábito há muito fomentado pela TVI que tem vindo a dissipar-se com o lançamento de mini-séries. Com um guião, um computador, uma equipa de realização, um leque de actores, e mais alguns pormenores, consegue ir-se mais além. Assim, resta dizer que a prova desta realidade é uma - "Conta-me Como Foi"! Obrigado RTP!


Iniciado um novo "Frente a Frente", terminamos a sondagem da edição da semana passada. Assim, a opinião que opunha Pedro Laginha a Sandra Faleiro teve os seguintes resultados:


Sandra Faleiro, por Tiago Henriques - 74%
Pedro Laginha, por Diogo Santos - 26%

2 comentários:

Anônimo disse...

Maternidades?
Não é Maternidade..?

Anônimo disse...

As opiniões são como as carteiras; quem quiser dá-las, dá-las!
E por isso, a minha opinião é tão sapiente ou pelo menos tão legítima quanto a do Tiago Henriques, que aqui "endeusa" duas séries absolutamente medíocres, tentando fazer crer que estamos perante duas obras-primas televisivas.
Na realidade, quer a "Maternidade" quer aquela coisa entediante que dá pelo título de "Conta-me Como Foi" são duas séries completamente amadoras servidas por elencos cujos actores não o seriam em mais nenhum lugar do mundo!
Só para dar um exemplo: o Miguel Guilherme é um canastrão encartado, com uma voz irritante e uma figura ridícula que, eventualmente por obra do Senhor (e certamente à conta dos lobbys pseudo-intelectuais) é considerado, a avaliar pela inusitada chuva de elogios, um enorme actor!
Das duas uma: ou vivemos num país de cegos, ou então somos demasiado cobardes para dizer "Basta"!
Basta de nos tentarem impingir pessoas que nada valem em detrimento de gente com valor, basta de nos venderem produtos medíocres como se fossem obras primas, basta de insistirem sempre nos mesmos, nos amiguinhos
do costume, ostracizando aqueles que, muitas vezes desempregados, valem muito mais que os Miguéis Guilhermes desta vida...
É claro que nem todos os actores destas duas séries são tão maus quanto o Miguel Guilherme, mas ainda assim, nenhum deles é suficientemente talentoso para ser um verdadeiro actor, daqueles que fazem o que lhes compete, ou seja, serem verdadeiros na imitação e naturais na representação.
Em países onde a televisão seja encarada como um negócio que envolva simultaneamente rentabilidade e qualidade (E.U.A., Brasil, Reino unido, França, Austrália) para só citar alguns exemplos, nenhuma das pessoas envolvidas nos dois projectos acima indicados, teriam sequer a chance de ter seguido a carreira de actores! Esta é a verdade nua e crua, politicamente incorrecta, que ninguém tem a coragem de afirmar.
O povo não liga muito a nenhuma dessas séries, liga muito menos a "Conta-me Como Foi" do que a "Maternidade", e isso devia ter algum significado para quem continua a insistir nos mesmos incompetentes e nos mesmos pedaços de coisa nenhuma que em muitos casos, são pagos pelo próprio povo.
Anseio pelo tempo em que, à semelhança do que se passa nas nações a sério, seja preciso ter qualidade e talento para se exercer a nobre profissão de actor.
Nessa altura saberei elogiar quem de direito. Por enquanto só posso lamentar a supremacia dos fracos e dos incompetentes sobre os eficientes e talentosos. E há muita gente talentosa em Portugal, o problema é que "Este País Não É Para Talentosos"...