1 A demissão de Paquete de Oliveira é apenas mais um capítulo na longa saga em que se transformou o processo de nomeação do novo provedor do espectador da RTP. Há quase um ano que Paquete vem clamando por substituição, concluídas que estão há muito as suas obrigações originais, e há quase um ano que clama no deserto. O mais curioso é que, com este esvaziamento do cargo, accionado e deixado agravar pelos diferentes departamentos responsáveis, é o provedor, e não o Conselho de Opinião, que de repente parece a mais na equação. Torna-se fundamental, pois, recolocar as coisas em perspectiva. O que está a mais na actual regulação da RTP, e considerando a existência da ERC, é o Conselho de Opinião. Não o percamos de vista, pois ainda pode ser útil para perceber novas etapas do processo.
2 A Marktest lamenta ter perdido para a GfK a gestão do sistema oficial de medição de audiências televisivas, argumentando que a CAEM "nem atendeu à qualificação de dezenas de profissionais que correm o risco de ficar sem emprego". Mas não se lembrou de salvaguardar a sobrevivência desses profissionais durante os anos em que prestou um serviço crescentemente inútil, protegendo o seu contrato com um silêncio de ouro sobre a desactualização do mesmo. Mau sinal seria, quanto à pujança do sector, se visse revalidada a encomenda.
3 Nos EUA, o julgamento do dito "violador de Telheiras" marcaria a agenda televisiva, com directos ao longo do day-time e piadas nos programas late- -night. Em Portugal, promete passar quase despercebido. Consequência de uma crise económica (e agora também política) que nos toma por completo. E, se calhar, ainda bem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário