Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.

Chover no molhado

1. Televisões, rádios e jornais. De manhã, à tarde e à noite. Como entrevistada, como protagonista de perfis, como homenageada. Eunice Muñoz está em rigorosamente todo o lado há umas três semanas. Não haverá mais ninguém em Portugal?

2. E, pronto, a MTV Portugal também já tem o seu programa de culinária. Chama-se MTV na Cozinha e mistura futuros chefs com estrelas pop - tudo a dar azo à respectiva criatividade culinária. Houve um tempo em que a marca MTV trazia apenso algo de visionário: era precursora, às vezes até profética. À cozinha, por exemplo, chega apenas quando simplesmente já não há paciência para mais um só programa sobre culinária. Está de tal forma banalizada, esta modinha, que nem Sophie Dahl, noutras circunstâncias a mais explosiva personagem (e a mais explosiva mulher) a entrar-nos pela casa dentro, tem graça.

3. Muito curiosos, os comentários de Larry King sobre a prestação (e as fracas audiências) do seu sucessor na CNN, Piers Morgan. Diz King que Morgan é penalizado por a CNN o ter "vendido de mais", gerando expectativas excessivas quanto à sua perigosidade como entrevistador. Verdade: suceder a Larry King não seria nunca fácil - e mais difícil ainda se tornou no momento em que o canal insinuou que o sucessor seria melhor do que o sucedido. Mas não tem necessariamente razão, Larry, quando diz que Morgan "deveria ter começado de forma mais suave". No máximo, essa sua ideia diz-nos de que tempo vem ele próprio. Piers tinha de provar depressa a sua acuidade como herdeiro - e, bem vistas as coisas, falhou, tanto do ponto de vista da qualidade, como do ponto de vista das audiências. Ou muito me engano ou dele não rezará a história.