Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.

Marcas portuguesas

A fraca longevidade dos reality shows em Portugal é uma das muitas marcas específicas do audiovisual português. À excepção do Big Brother que, entre anónimos e famosos, chegou às cinco edições, tudo o resto não foi além das duas.

Em Espanha, por exemplo, onde me encontro por estes dias, o Gran Hermano já vai na décima segunda edição. Ainda na quinta-feira à noite, no quarto do hotel, acompanhei na Telecinco a polémica saída de uma histérica concorrente. Eu e mais dois milhões e meio de espanhóis, que deram ao programa o sexto lugar entre os mais vistos do dia. É certo que não são os valores de outrora, mas não são de todo despiciendos.

Em Portugal, por exemplo, Survivor só teve direito a uma temporada, na TVI, em 2001, apresentada então por Teresa Guilherme. São poucos, porém, os países onde este reality show foi exibido que se ficaram pela edição de estreia. Nos EUA, a CBS já o emitiu 22 vezes, desde o ano 2000, quando se estreou o formato. Na Suécia já vai na 13.ª edição e na Dina-marca e na França, na 12.ª. E sempre com óptimos resultados, coisa que não aconteceu por cá.

O Pop Idol é outro caso: nos EUA o sucesso tem sido enorme e já vai na décima temporada. Na Alemanha e na Suécia, também casos de sucesso, vai na oitava. Por cá, tivemos quatro edições (com o nome Ídolos, que passou na SIC) com um intervalo de quatro anos entre cada par.

No nosso país é diferente: nós gostamos de reality shows e de talent shows, mas fartamo-nos muito rapidamente deles. É uma daquelas características muito nossas. Em contrapartida, somos o único país que tem dez novelas por dia e que não se cansa do género. Fazer o quê?