Não é que o glamour não estivesse lá, ou os vestidos, os colares de diamantes e os olhares de profissionais desejosos de receber a maior das aprovações da academia, não estivessem a brilhar. Digamos que esperava mais, talvez por ter sido a primeira vez que realmente me sentei a ver a cerimónia com a maior das atenções.
Decidi então escolher os melhores e piores conjuntos desta noite de príncipes e princesas, ou melhor de Reis e Rainhas!
Começamos pelo melhor, pela nata do corte e costura que desfilou pela passadeira vermelha que o cantor e actor Justin Timberlake, curiosamente insistia em dizer que tinha outra cor, suscitando o riso da audiência que o via colada ao ecrã.
Natalie Portman, com um vestido Rodarte, não só mostrou como a simplicidade é a melhor das escolhas como lhe deu o toque de mestre ao escolher os brincos. Com o desafio da sua “nova” barriga, estava completamente deslumbrante. Quando pensei dar-lhe um 9/10, esta maravilhosa actriz e mulher, profere algo que muito me tocou: os vestidos, as jóias não lhe interessam. É bonito, mas estava bem era de chinelos! A título final, não posso deixar de elogiar o penteado.
Halle Berry, vestiu Marchesa e apesar de não ser dos meus preferidos foi um vestido que em muito a favorecia. Adorei a cor e adoro a forma como o cabelo curto lhe fica. Feminina, sensual, muito muito elegante!
Sandra Bullock é outra das “melhores”. A criação de Vera Wang jamais poderia deixar a desejar e, na minha opinião, das senhoras que optaram pelo vermelho, foi a ela a quem ele melhor ficou. Nota 10 ao seu penteado, sem qualquer dúvida. Recentemente no papel de mãe, muito me agradou ouvi-la dizer que a linha que separa o profissional do pessoal não é em nada ténue.
Anne Hathaway apesar de ter falhado redondamente na escolha do vestido Valentino Couture (o vermelho com que chegou à cerimonia), redimiu-se com o vestido Givenchi e com o boy look que o smoking Lavin lhe conferiu. Adorei os pumps, admito: criação exclusiva e feita por encomenda de Brian Atwood. A actriz mudou 8 vezes de roupa!
Cate Blanchett foi, na minha opinião, a actriz com a escolha mais arrojada e bem conseguida desta cerimónia. O vestido Givenchy, era extraordinário: a cor, as aplicações, o corte, TUDO. Caía na perfeição!
Gwyneth Paltrow, optou por Calvin Klein e fiquei completamente apaixonada pelos brincos que escolheu!
Hilary Swank estava estonteante! O Gucci Premiere que escolheu é sinónimo de um todos em um: sensualidade, glamour, clássico mas ao mesmo tempo sofisticado, tudo num só vestido. Um mix de características que só poderiam ter elevado o seu look ao exponente da elegância.
Por fim Camila Alves. O que posso eu dizer sobre esta belíssima mulher num belíssimo vestido? Nota 10, sem dúvida. Adorei a criação (Kaufman Franco), o cabelo, as jóias, a postura! Relembrei, por momentos, Frida Kahlo, a sua presença ímpar.
No masculino destaco Robert Downey jr. que ostentava uma gravata branca sobre camisa branca, conjugação que rompe com o tradicional e que muito me agradou!
Christian Bale parecia a outra face desta moeda, com um look black on black, camisa e gravata preta, extremamente elegante, sem dúvida.
Infelizmente nem tudo “nos lavou a vista” e por isso, aqui ficam os piores da noite.
Começo por falar de Nicole Kidman. A criação de Dior Couture não foi a melhor escolha, sem dúvida alguma. Annette Bening também poderia ter sido mais feliz na selecção do modelo, pareceu-me desadequado à sua idade e à sua postura.
Jennifer Hudson (Versace) e Reese Witherspoon (Giorgio Armani Prive) foram mais dois “maus” exemplos.
Apesar das duas categorias que acima mencionei continuavam a existir criações que não se enquadravam bem em nenhuma das duas, por isso aqui vão os "mais-ou-menos".
Mila Kunis, com a sua beleza estonteante envergou uma criação de Elie Saab Couture com um decote magnífico. Quanto à cor (lavanda) tenho as minhas dúvidas, penso que deveria ter mais sobreposições no que toca às tonalidades para afastar a monotonia.
Por fim, Marisa Tomei. Optou por uma criação de Lily et Cie que tanto amo como odeio. Extremamente ímpar e inesperada a junção de tecidos, cores e formas. Acima de tudo assentava-lhe muito bem e isso é o que realmente interessa.
A noite terminou, algumas das indumentárias voltaram para as lojas, arquivos de moda ou armários de coleccionador, mas o que realmente importa é que a moda mais uma vez esteve ao seu mais alto nível. Comentei aqui tudo o que mais me fascinou ou pelo contrário me desiludiu, mas como sempre digo: o que importa é que cada um de nós faça a sua própria moda. Numa passadeira simétrica e homogénea, caminharam criações, personalidades e talentos de uma heterogeneidade pura e isso sim é a fórmula para o sucesso da sétima arte: a diferença!