Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.
Ainda é cedo para perceber a verdadeira dimensão do que está a acontecer com a dança de cadeiras entre RTP e TVI, mas é um duro golpe aquele que a estação da Prisa acaba de desferir na empresa pública de televisão. E resta saber como vai ser o day after na RTP, que depende evidentemente de quem assumir o lugar agora ainda ocupado por José Alberto Carvalho.
Vamos por partes. Primeiro, a potência do míssil lançado de Queluz de Baixo. José Alberto Carvalho e Judite Sousa são dois dos mais experientes e conhecidos pivôs nacionais. As suas contratações falam por si e mostram bem que significado a Prisa atribui à missão, iniciada há cerca de um ano, de reformatar a sua informação. No lote de profissionais que a nova direcção leva consigo inclui-se o nome de Maria José Nunes, menos conhecido da maior parte dos portugueses, porque não aparece à frente dos ecrãs. É, porém, garanto-vos, talvez a mais importante contratação. Maria José Nunes foi a mulher que esteve ao lado de Rangel na construção da SIC e ao lado de Rangel na reconstrução da RTP. Era hoje uma das figuras de proa da televisão pública, responsável por toda a produção de informação, naquele trabalho de sapa que ninguém vê, mas sem o qual é impossível viver. Uma perda difícil de superar pela RTP, que vai ter de arranjar quem continue a colocar de pé as operações especiais que eram imagem de marca da estação.
Os próximos meses serão também de definição na RTP. O próximo director de Informação terá de ter uma preocupação fundamental, o toca a reunir, resistindo à tentação de ajustar contas com o passado e com os fantasmas internos.
Numa altura em que a RTP está estabilizada na sua operação, uma caça às bruxas seria o pior e mais imprudente passo a dar. As vaidades podem ficar para depois...
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