Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.
Tem toda a legitimidade, o Governo, ao pretender reduzir as verbas pagas às estações privadas pelos tempos de antena. O ano vai ser duro - e mau seria se o Estado, para manter as convenções do jogo eleitoral, estivesse agora na disposição de pagar às televisões aquilo que já anunciou pretender negar a outros fornecedores.
Têm igualmente toda a legitimidade, a SIC e a TVI, ao rejeitarem a primeira proposta do Governo. O direito a um sinal de TV implica uma série de compromissos, mas a aceitação automática de reduções orçamentais impostas pelo cliente Estado não está prevista entre esses compromissos.
E tem igualmente toda a legitimidade, Pinto Balsemão, ao sugerir que, se não houver acordo, então talvez a SIC possa ser dispensada da obrigação dos tempos de antena. A SIC e a TVI são estações privadas, a operar num mercado altamente competitivo contra um concorrente com centenas de milhões de euros anuais em indemnizações compensatórias - era o que faltava não terem direito a negociar.
O problema é que, aqui, o que está em causa não são direitos: são necessidades. Tanto a SIC como a TVI, e mesmo não vivendo ambas o mesmo momento financeiro, precisam dos tempos de antena e precisam de um acordo com o Estado. Que vai chegar (se ainda não chegou).
Falta é saber em que tom. E o tom diz quase tudo. Neste pequeno debate concentram-se, bem vistas as coisas, todos os dilemas da exploração privada de televisão em Portugal.
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