Boa noite. O Fecho de hoje inclui uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.
Ver TV no computador
É certo que as audiências ainda não o mostram, nem é crível que o venham a revelar tão cedo, mas a televisão é hoje muito mais do que as imagens a que assistimos diariamente instalados no sofá lá de casa.
Com o crescimento do site de vídeos YouTube e a massificação de redes sociais como o Facebook, a televisão para a maior parte da nova geração de espectadores é passada em frente ao computador. Numa altura em que se discute o novo modelo de medição de audiências em Portugal, esta realidade não devia ficar de fora. De uma vez por todas, televisão e Internet não são caminhos separados: encontram-se a meio do caminho, interligam-se, não vivem uma sem a outra.
O sucesso de Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios, há 15 meses, passou pela Internet. Querem que vos revele uma verdade? Vi todos os programas, mas nenhum deles às 21.00, nenhum deles na televisão.
Mais exemplos: ainda segunda-feira vi a quase totalidade do programa de fim de ano da RTP1, Gala das Galas. Não o vi quando foi emitido, não. Vi-o no YouTube, onde surge à vista de todos, dividido em partes. É fácil, é rápido, basta clicar e sorrir.
Ainda ontem, dez minutos antes de ter começado a escrever esta crónica, vi no Facebook o vídeo de uma peça do Primeiro Jornal da SIC, em que Paulo Nogueira anunciava a história de um mendigo norte-americano com voz de rádio. O vídeo, que foi colocado na rede há apenas dois dias, é já um campeão no YouTube e está a emocionar os EUA. Partilhei o vídeo na minha página de Facebook, e nos últimos dez minutos, em que tenho estado a escrever estas linhas, já quatro amigos partilharam as imagens nas suas páginas. É esta a força da Net: amplificar e dar notoriedade à televisão. Podemos ignorar isto?
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