21 de janeiro de 2011

Falar Televisão


Mais do mesmo

Estão desde ontem abertas as votações online para apurar as 12 canções finalistas do Festival da Canção 2011, um certame que já se considera como parte da história do audiovisual português e que visa eleger uma música, anualmente, para assim representar a estação pública de televisão no Eurovision Song Contest.

Se nas primeiras décadas em que Portugal se viu representado neste concurso, o sucesso nacional era soberbo, tornando o Festival no principal acontecimento do ano, pelo menos em termos televisivos, o passar do tempo trouxe um claro e evidente desgaste deste mesmo concurso que, apesar de tudo, continua a ir para a frente, todos os anos, e de uma forma ininterrupta, desde 2006.



Mas a realização anual do Festival da Canção não é, de todo, sinónimo de sucesso por parte da RTP. E estes primeiros dias de votações apenas vieram demonstrar isso mesmo. No dia de hoje, três das 24 musicais inicialmente em jogo foram oficialmente eliminadas pois infringiram alguns pontos do regulamento do festival que dão conta da total proibição da divulgação das mesmas até à noite do Festival. Isto depois de declarações de José Poiares, director da delegação portuguesa, terem quase posto de parte essa hipótese quando já várias vozes se levantavam contra esta mesma infracção. O mesmo José Poiares que também adiantou ontem que em caso de desqualificação a reposição de uma outra musica no lote das 24, vinda directamente das inicialmente 407 candidatas, nunca poderia acontecer. É que, ao que parece, o júri seleccionado pela RTP não fez qualquer tipo de ranking de todas as músicas, limitando-se a escolher as 24 que agora se reduziram para 21.

E são estes pequenos-grandes apontamentos que completam o real diagnóstico do atitude da televisão pública na organização do Festival e que vai matando o Festival, de ano para ano…

Apesar de ainda mobilizar bastantes fãs (incluindo-me eu próprio neste grupo), apesar de ainda dar claros sinais de vida entre os telespectadores e seguidores, a RTP limita-se, todos os anos, a praticar a mesma (des)organização de sempre: um concurso demasiadamente atabalhoado, com imensas arestas por limar, imensas críticas a apontar e onde, cada vez mais, sobressai a polémica e o descontentamento em vez de sobressair aquilo que deveria ser o ponto central do Festival da Canção, a música…

Nenhum comentário: