31 de dezembro de 2010

Fecho


Boa noite. O último Fecho de 2010 pertence a Joel Neto, e incluí uma crónica retirada, como sempre, do Diário de Notícias.


Os meios e os fins

1. A passagem de Fátima Lopes para o comando das tardes da TVI, decidida em função da transferência de Júlia Pinheiro para Carnaxide, não é apenas um remendo: é uma verdadeira oportunidade de reconverter a ex-apresentadora da SIC. Queira-se ou não, Fátima Lopes foi a mais importante transferência do ano, agitando o mercado e provando-nos que, apesar de tudo, ainda é possível os tempos de crise serem também tempos de investimento. Mas Agora É Que Conta foi um tiro ao lado. Independentemente das audiências, a transferência do ano teria de produzir outros resultados, tanto a nível comercial como a nível de frenesim social.



2. As notícias mais interessantes da semana vêm, porém, do exterior. Uma diz-nos que os Governos de Lula da Silva, presidente do Brasil entre 2003 e 2011, inseriram publicidade em mais de oito mil meios, o que representa uma subida superior a 1500% em relação ao investimento publicitário de Fernando Henrique Cardoso. Outra informa-nos do aumento da influência de Silvio Berlusconi sobre a televisão espanhola, via Mediaset (e após, nomeadamente, a venda do canal Cuatro à operadora Telecinco). Em Itália, um país que durante tantos anos mudou de Governo como quem muda de camisa, Berlusconi é já o segundo classificado entre os primeiros-ministros com mais tempo de exercício. Já Lula deixa atrás de si um Brasil violentíssimo, apesar do desenvolvimento económico (que, aliás, bem pode ser assacado ao Plano Real, de Fernando Henrique) - e, no entanto, goza de um prestígio nacional e internacional como nenhum estadista brasileiro gozou desde D. Pedro II. Será possível dissociar esses sucessos da ligação aos media?


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