1. O fracasso da transmissão televisiva do Sporting-Lille desta semana (SIC), que não chegou a bater a audiência da telenovela Espírito Indomável (TVI), não pode ser assacado ao futebol propriamente dito, como já vi escrito na blogosfera e nas redes sociais (inclusive pela pena de jornalistas e profissionais de comunicação). Como muito bem nos mostrou o recente Barcelona-Real Madrid, um grande jogo de futebol ainda é capaz de produzir audiências, para além de um certo frenesi social. Tivesse o jogo do Camp Nou sido transmitido num canal em sinal aberto e, provavelmente, as audiências até se teriam aproximado perigosamente das do Sporting-Lille. É o Sporting que, por esta altura, não mobiliza, não o futebol. E esse é que é o drama para quem, como eu (e tantos outros, apesar de tudo), torce pelas cores leoninas.
2. Há algo de penoso em assistir à montanha- -russa sentimental de Alexandra Lencastre, à forma como ela a vive em público e ao afã da imprensa em explorá-la. Há algo de penoso em assistir à montanha-russa sentimental de tantas e tantas personalidades da TV portuguesa, à forma como elas a vivem em público e ao afã da imprensa em explorá-la. A ideia com que se fica é a de que, apesar do jogo das notoriedades (aquilo a que, à falta de melhor, tantas vezes chamamos "golpes publicitários), há ali, muitas vezes, dor autêntica. E, na impossibilidade prática de o necessário decoro ser promovido pelos próprios protagonistas, tão reféns muitos deles da urgência da atenção do público, deveriam ser os jornalistas a filtrar pelo menos os principais abismos. Parece uma banalidade dizê-lo, mas a verdade é que andamos todos esquecidos disso.
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