Já lá vai um mês e uns dias que escrevi aqui nesta coluna que Manuela Moura Guedes só ficaria muito tempo a "engrossar as listas do desemprego", como ela disse quando se anunciou a sua saída da TVI, se quisesse. Num texto intitulado "Façam-na feliz e verão", escrevi que "com as portas da TVI fechadas, com a RTP estatal trancada a sete chaves, resta-lhe a SIC. E se há coisa de que a SIC precisa como de pão para a boca, neste momento, é de voltar a ser falada e de ser vista. É agitar as águas, é ter visibilidade, é voltar a andar na boca de toda a gente". E, pronto, aqui chegado, não posso dizer que é surpeendente a notícia, oficial, que Manuela Moura Guedes terá um programa na estação de Carnaxide no início do ano.
Não mudei de opinião. "Manuela, independentemente de se gostar ou não do estilo, é um trunfo para uma televisão comercial. A questão está em saber que formato lhe entregar", escrevi na altura. "A SIC não precisa de Manuela para apresentar notícias. Mas a SIC precisa da garra, da experiência, da polémica de Manuela. Ponham- -na a apresentar um grande debate, ao género do Terça à Noite (ou do Prós e Contras, se quisermos...), ou dêem-lhe um formato ao género de Raios e Coriscos (que saudades...), com público na bancada, e veja-se o resultado." Sabe-se agora que Moura Guedes está a preparar um programa original. Será algo semanal, que mistura informação e entretenimento. E apesar das reacções acaloradas que Manuela desperta em muitos portugueses, a notícia é óptima. Para Manuela, claro, que volta a trabalhar. Para a SIC, claro, que tem ali um vulcão de audiências em potências. Mas também para a televisão, que soube perceber que uma mulher com 30 anos de carreira, com o carisma de Manuela Moura Guedes, não pode ficar no desemprego por muito tempo.
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