10 de dezembro de 2010

Falar Televisão


Bipolaridade

Enquanto grande parte da imprensa televisiva desenha um cenário pouco auspicioso para o próximo ano da TVI, com a saída do peso pesado Júlia Pinheiro, por Queluz de Baixo, ou melhor, pelo Casino Estoril a última noite foi de festa e a anfitriã do espectáculo foi (e que ironia!) a apresentadora das Tardes da Júlia.

Na gala de Natal que decorreu ontem à noite, e que foi massivamente acompanhada pelos portugueses, Júlia Pinheiro cantou, riu e rebolou, enquanto que na imprensa e na blogosfera era dada como certa a já apelidada transferência do ano de 2011. Transferência essa, de que se fala já desde o último Verão.

Júlia Pinheiro é, actualmente, a mulher mais forte da estação de Queluz de Baixo. Com a saída de José Eduardo Moniz e, mais tarde, de Gabriela Sobral, Júlia foi alcançando um protagonismo que, aliado à sua supremacia enquanto comunicadora, torna esta possível transferência em algo realmente importante e decisivo para o panorama televisivo nacional.

Na TVI, Júlia Pinheiro está à frente do talk-show diário das tardes, do principal programa de entretenimento da estação, e ainda, o mais importante, a mãe de Rui Pego tem na sua posse a formatação de conteúdos da estação de Queluz, depois de ser conhecido o seu redondo não ao convite de vir a ocupar a cadeira deixada vazia por André Cerqueira.


Mas por outro lado, na SIC o desafio também é grande. A clara aposta, por parte da direcção de programas, em reerguer de vez no próximo ano a estação de Carnaxide é o principal atractivo para a contratação de Júlia Pinheiro. Condições essas que tornam a apresentadora como parte integrante da solução.

É impossível termos certezas e darmos como garantidas verdades absolutas neste singular mundo da televisão. Os dados estão lançados, mas enquanto a principal interveniente no assunto continuar a refutar por completo as notícias que são dadas como garantidas pela imprensa, aí permaneceremos no campo da futurologia.

Por enquanto, e até que Júlia Pinheiro não garanta de vez e pela sua própria voz a veracidade desta transferência, continuaremos a assistir a esta curiosa bipolaridade. Na imprensa, uma tragédia grega anunciada para Queluz. No Casino Estoril, o pelo menos aparente apogeu do sucesso, a fazer lembrar os tempos ainda mais áureos de Moniz.

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