Intitulada como "a novela da nossa gente", Laços de Sangue surpreendeu-me a partir do primeiro episódio. Desde há alguns anos, e por vários motivos, deixei de ser consumidor de novelas de horário nobre. Depois de um longo período a acompanhar as produções da estação de Queluz de Baixo, acabei por me sintonizar noutro tipo de conteúdos, tais como: séries, programas de informação, documentários, entre outros.
No entanto, de há algum tempo para cá, sempre que estreia um novo produto de ficção, sinto pena de não ter tempo para o visualizar. Afinal, se não vou acompanhar uma novela até ao fim, para quê perder tempo a ver o seu primeiro episódio? Talvez por considerar que a TVI não diversifica a grelha com produtos de entretenimento, as novelas da estação de Queluz de Baixo deixaram de me prender a atenção. Pelo contrário, as da SIC, criaram em mim uma curiosidade.
De todas, destaco principalmente Laços de Sangue que, por ter uma "mão" da Globo, acabou por me colar ao ecrã no seu dia de estreia. Desde aí, tento acompanhar a produção da SIC sempre que posso. Já não sou um telespectador assíduo, porém continuo atento à história de Carnaxide que, por sinal, é de qualidade.
Desemprego, traição, abandono, separação, são estes alguns dos temas retratados em Laços de Sangue. Se Fátima procura lutar pela viabilidade de uma fábrica, Diana batalha por um lugar na sua verdadeira família. A par disso temos uma empresa de brinquedos, cujo patrão assassinou o seu próprio avô.
Mas há mais, muito mais! Uma mulher viciada em bebida que não perde uma alternativa para criar mau ambiente perto dos que a rodeiam. De referir ainda o papel de Ana Guiomar que, após ter mentido aos pais sobre a sua prestação na faculdade, procura arranjar emprego atrás de emprego para conseguir subsistir no mundo dos adultos.
A par destas histórias, existem muitos outros enredos à disposição dos portugueses, de segunda a sexta feira, no horário nobre da estação de Carnaxide.
Para muitos, o caminho que a SIC tem de percorrer para chegar ao patamar da TVI na produção de ficção portuguesa é ainda longo. Não duvido. No entanto, a verdade é que tanto Vingança, Perfeito Coração como Laços de Sangue aparentam constantes melhorias ao nível de elenco, cenários e até personagens. Daí considerar que esse caminho se está a encurtar de dia para dia. O único aspecto que continua distante, talvez o principal, são as audiências que, curiosamente, neste momento se aproximam das de Sedução. Apesar da novela da estação de Queluz de Baixo ainda liderar, Nuno Santos decidiu atrasar Laços de Sangue, de modo a que a produção da SIC coincida com uma concorrência que nada tem a ver com a de Espírito Indomável. Tal alteração surtiu efeito nos números de novela da estação de Carnaxide. Será que esta semana, Laços de Sangue também estará em alta?
Termino esta minha opinião na edição desde Frente a Frente com um aspecto que considero essencial. Consideramo-nos muitas vezes fiéis a um canal, no entanto, a perfeição dificilmente é alcançada pelo mesmo. Daí, aconselho a olhar sempre para a concorrência, de modo a efectuar comparações, a melhorar conteúdos. A estação de Carnaxide tem aprendido sem dúvida com a Globo mas, igualmente, com a TVI. Também o canal da Media Capital tem acompanhado o que de bom se faz na concorrência, para assim conseguir melhorar os bons produtos. Afinal, só assim é possível chegar mais alto na ficção em Portugal, certo?
As minhas expectativas para Sedução antes da sua estreia eram das mais altas que alguém pode imaginar. Sou um grande fã do génio de Rui Vilhena e, mais do que isso, um apaixonado pelo trabalho de Fernanda Serrano.
Foram muitos os meses que tive que esperar para poder ter a honra de ver o resultado de tanto trabalho. Hoje, três semanas depois da sua estreia tenho a dizer que sou cada vez mais fã de Sedução.
Para além de um excelente enredo, muito contemporâneo, com temas polémicos, situações bastante engraçadas e sempre interessantes, não podia deixar de falar sobre um dos temas centrais da trama: a produtora de televisão de Carmo. É aqui que ficamos a perceber um pouco mais do complicado mundo que está inerente ao pequeno ecrã, e graças a Rui Vilhena todos nós passamos a ter uma outra visão deste universo. Sendo eu um grande entusiasta com tudo o que está relacionado com a televisão, rejubilo sempre que um novo atrito surge na produtora do programa de Zé Carlos Faria.
Mas, mais do que uma boa história, Sedução tem um grande elenco. Consegue reunir jovens talentos, como Sara Butler, Frederico Barata, Pedro Barroso e nomes consagrados, casos de Helena Isabel, Nuno Homem de Sá ou Maria João Luís. Mas há também Paula Neves, São José Correia, Maria João Bastos, Fernando Luís, Margarida Vila Nova, entre muitos outros. A meu ver, nunca uma trama portuguesa conseguiu reunir tantas estrelas de uma só vez.
Apesar de tudo, e agora sim, vem a parte menos boa. É um facto que Sedução ainda não conseguiu seduzir os portugueses. Infelizmente, e tal como já disse por diversas vezes, os portugueses não sabem apreciar o génio de Rui Vilhena, a sua audácia, a sua excelente capacidade de nos fazer crer que uma telenovela pode mesmo ser o reflexo da vida real. É a triste realidade que vivemos e, prova de que também André Cerqueira quer “matar” esta telenovela, é o facto de, uma semana após a sua estreia a ter colocado às 23 horas. Uma pena, até porque, neste regresso de Fernanda Serrano, devia haver mais respeito pelo trabalho desenvolvido.
Por tudo isto e, muito, muito mais, eu acompanho, diariamente, Sedução. Sim, porque a mim, Rui Vilhena já seduziu há muito tempo!
Sara Prata, por Diogo Santos - 35%
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