A saída de André Cerqueira da Direcção de Programas da TVI, a confirmar-se, pode significar mais do que uma simples dança de cadeiras.
Em Abril deste ano, aquando da nomeação do director-geral da Plural, escrevi, nas páginas do 24horas, um artigo de opinião intitulado "Rei ou torre na TVI?". Nele enunciava duas teorias, partindo de uma pergunta: será André Cerqueira rei ou torre deste xadrez? Trocado por miúdos, seria o novo responsável director para fazer o seu caminho, definir grelhas, pensar na estação a longo prazo, ou, pelo contrário, um profissional chamado a uma missão de serviço, preparando a transição para a, já na altura, quase certa entrada, directa ou indirecta, de Miguel Paes do Amaral na estrutura accionista da TVI.
Sete meses depois, ainda é cedo para perceber a resposta a essa pergunta. Mas que André Cerqueira estava cansado do trabalho de gabinete e revelava pouca paciência para as minudências da função, isso, muita gente o diz na TVI, é verdade.
A saída de Cerqueira, que até à hora que escrevo estas linhas ainda não foi confirmada oficialmente pela Media Capital, acontece numa altura em que a estação revela debilidades pouco habituais na última década. Num momento em que a crise bate à porta de todos, e em que a TVI, naturalmente, terá também de pensar muito bem nos investimentos que tem de fazer, a administração terá resolvido libertar o director de Programas do colete de forças em que estava metido, aproveitando um momento pessoal particularmente delicado de Cerqueira.
Com o director de Programas no Brasil, por tempo indeterminado (ao lado do pai, que acabou de sofrer um enfarte), a TVI aproveitou para mostrar que quer mexer e que não quer deixar de ser líder e rentável.
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