Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.
Bem vistas as coisas, 5 para a Meia-Noite (RTP2) tinha tudo para falhar. Primeiro, porque surgia num canal que a juventude nem sequer sabia existir.
Depois, porque passava a um horário em que era suposto os adolescentes estarem já na cama. Depois ainda, porque nos trazia como protagonistas um grupo relativamente desequilibrado de comentadores. E finalmente porque, como depressa se percebeu, era feito em cima do joelho.
Passadas três séries, o programa tem uma das maiores legiões de fãs portuguesas nas redes sociais. Na sua presença, as audiências disparam (tendo em conta o universo de audiências da RTP2, mas não só).
Na sua ausência, criam-se grupos reivindicativos a exigir o regresso.
A notícia do seu retorno à antena, agendado para Janeiro, foi recebida em festa. Nem o Benfica, orgulha-se a sua produção, mobiliza tanta gente na Internet.
Não me surpreende: muitas vezes, o programa é suficientemente mau (ou suficientemente inócuo) para interpretar as urgências - e a falta delas - da nossa juventude. 5 para a Meia-Noite diz palavrões, é acéfalo e caprichoso, arrisca sem deixar de ser mainstream e, basicamente, não ensina nada a ninguém. Por isso mesmo está talhadíssimo para o sucesso - e bem faria a RTP1 às suas audiências, provavelmente, se o confiscasse.
O problema é que, de entre a oferta existente para a juventude (e não sendo possível uma emissão diária de A Última Ceia, da SIC Radical), não há melhor.
E não há porque, no essencial, 5 para a Meia-Noite vai tão longe quanto se pode ir no interesse sem hipotecar as audiências.
Aqueles cinco apresentadores podem fazer melhor. O problema está nos espectadores, não neles.
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