1. Assiste-se a um dia inteiro de emissões da Al--Jazeera e não se consegue perceber como possa ser considerada um atentado à(s) causa(s) islâmica(s). Mas percebe-se como possa ser tida como incómoda para as ditaduras existentes nos países árabes, de Marrocos ao Bahrein - e só por isso já valeu a pena a sua criação. Não estão talvez afastados os tempos em que, voluntariamente ou não, a Al-Jazeera constituía um meio para a propaganda terrorista. Mas parecem, pelo menos por agora, afastados aqueles em que servia a propaganda de Saddam Hussein e afins. Não é pouco.
2. É difícil entender esta nova proliferação de canais pornográficos. Não os julgo, desde que cumpram a lei (tanto eles como os operadores que os distribuem) - e, de resto, não me custa identificar as potencialidades do género numa altura como esta, tão necessitada de escapes. Custa-me apenas perceber que, tendo em conta a crescente oferta de pornografia gratuita na Internet, a Hot Gold lance mais dois canais ainda. De facto, é trabalhoso acompanhar um filme ou uma série de televisão com recurso à Web. Mas a pornografia é sobretudo para injecções rápidas de vertigem erótica, não?
3. Está confirmado: o Sporting vai ter um canal de TV próprio, com emissões já em 2011. É uma boa medida - e, aliás, a única que, por esta altura, me parece já capaz de lavar a cara ao clube, revitalizando a sua tão frustrada massa associativa. Mas será feito como, o canal? Geri-lo como um negócio apenas, sem qualquer risco ou ousadia de investimento, será apenas repetir aquilo que o Sporting já faz, por exemplo, com a sua equipa de futebol. É preciso recordar que resultados isso dá?
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