25 de setembro de 2010

Fecho


Boa noite. Fechamos esta sexta-feira, dia 24 de Setembro, com a habitual crónica de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.
Este sábado começa com as melhores recordações televisivas em Momentos, logo a partir das 10h da manhã. Bom fim de semana!



A bomba explodiu

E pronto! Fátima Lopes chegou à TVI, viu e venceu. Surpresa? Zero! Ninguém que perceba minimamente de televisão (os hábitos dos consumidores, o contexto em que vivemos, as competências da apresentadora e os públicos disponíveis aquela hora) pode estar surpreendido com o impacto da estreia: nos dois primeiros dias de exibição, 40% de quota de mercado, liderança absoluta.
Em primeiro lugar, é preciso dizer que Agora é que conta é simples e terrivelmente eficaz uma espécie de Não se esqueça da escova de dentes, mais A ganhar é que a gente se entende, mais Mesmo a Tempo: os jogos são tontos mas prendem, a conversa é rápida mas diverte. Algumas situações são tão absurdas que é difícil acreditar nelas, como a da mãe que partiu os dentes ao morder o filho e que, depois, foi à televisão toda contente contar o sucedido na esperança que a "dona Fátima" lhe ajudasse a pagar a factura do dentista.

O programa resulta por causa do pagamento das contas, claro, mas também porque na monotonia do que são as tardes televisivas há mais de uma década, Agora é que conta rompe com a lógica discursiva instalada: aqui não reina o fadinho desgraçado, mas sim o absurdo divertido. Se fosse emitido ao sábado à noite, ninguém acharia estranho. Não deixa de ser curioso que seja a televisão líder, a que menos precisava, afinal, a romper com esse status quo.

Fátima Lopes está muito bem neste registo diferente do que lhe conhecemos. Mas, assalta-me a pergunta, teria ela aceitado este tipo de programa se ele lhe tivesse sido proposto há dez meses pelos responsáveis da SIC?

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