Deixar nas mãos de um estudo de viabilidade económica a decisão sobre a criação de um Canal Sporting, como José Eduardo Bettencourt parece determinado a fazer, é um erro que, por esta altura, o clube devia impedir-se a si próprio de cometer. Devidamente conduzido, esse estudo só poderá revelar uma coisa: que o mercado "leonino" está tristonho. Frustrados com quatro anos consecutivos de "quase quase" (e já em pleno segundo ano de "pior ainda"), os sportinguistas andam arredados do estádio, arredados das conversas de café e até arredados da televisão.
E, no entanto, é precisamente por isso que o lançamento de um canal Sporting se torna imperativo. Há investimentos que se fazem em alta e investimentos que se fazem em baixa - e estes, pela sua própria natureza, merecem ainda mais a palavra "investimento".
Para além de tudo, fazer um canal de televisão pode ser relativamente barato. Se não houver dois estúdios, há só um. E, se não houver muita programação inédita, há imagens de arquivo. Grosso modo, uma régie, um serviço de satélite, um coordenador de antena e umas quantas cassetes chegam, hoje em dia, para preencher um dia de emissão (quanto mais doze horas).
Nunca o escondi: sou sócio do Sporting. Sendo-o ou não, porém, sabê-lo-ia sempre: os sportinguistas precisam de uma injecção de entusiasmo - e precisam dela tanto para seu próprio bem como, principalmente, para bem do seu clube. Um Canal Sporting será um passo importantíssimo. Sobretudo se for enérgico e bem feito. Mas mesmo que seja apenas, e numa fase inicial, um pouco menos enérgico e um pouco menos bem feito. Há clubes a que já nos habituámos a não pedir a excelência.
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