16 de setembro de 2010

Fecho


Boa noite. O Fecho de hoje incluí mais uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.


Grelha de Outono





1 Há algumas semelhanças entre Operação Triunfo e Ídolos. E há diferenças fundamentais também. Ídolos é mais divertido, mas premeia sobretudo o talento e o carisma. Operação Triunfo é uma produção menos imaginativa, mas premeia o trabalho mais do que qualquer outra coisa. Apesar dos desvios populistas, são ambos razoáveisprogramas de entretenimento - e é até consolador vê-los nas grelhas da RTP e da SIC para este Outono. Entre um e o outro, porém, o meu coração não chega a balançar: comove-me sempre mais o trabalho do que o talento.




2 Registo com apreço a notícia de que o MGM vai avançar com um concurso para (segundo percebi) eleger a nova cara do canal. A ideia é banalíssima, mas mostra-nos o essencial: que o MGM está agora determinado a não ser "apenas mais um" sinal do espectro codificado, ainda por cima daqueles por que se passa em grande velocidade a meio de um zapping. Programação, coordenação de emissão, tradução, qualidade de imagem - era tudo mau de mais para ser verdade. Enfim, alguma coisa mexerá.




3 Mais uma boa notícia: os doze maiores grupos de TV da Europa, garante um relatório do Observa- tório Europeu do Audiovi- sual, aumentaram a respectiva facturação, dando claros sinais de que a crise começa a diluir-se - e a economia, naturalmente, a reinvestir na publicidade. Numa altura em que até o New York Times já estuda a data em que parará de imprimir-se, não deixa de ser animador, para os media tradicionais (e para os seus adeptos), perceber que ao menos na televisão a necessidade de reconversão não é tão radical. Afinal, ela soube antecipar os tempos, mais do que andar a par com eles - e tudo não passava de mera flutuação.

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