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Ídolos do Ídolos

A nova temporada do talent-show da SIC já começou. Como era previsível, o primeiro episódio, que foi para o ar no último domingo, foi o programa mais visto do dia. Com 13,5% de audiência média e 36,9% de share, o concurso de Carnaxide demonstrou que continua a prender os telespectadores aos ecrãs com o talento nacional.


Curiosamente, no dia de ontem, uma colega minha confessou algum descontentamento com a postura do júri em destruir autênticos sonhos de criança. Todos nós desejamos ser alguém ou seguir determinado caminho. Ao sermos confrontados com especialistas na área sobre a realidade das nossas capacidades vocais, é impossível não ficarmos desiludidos connosco próprios. Afinal, sonhos são sonhos, e por vezes não passam disso mesmo.

No entanto, este Ídolos também vive de emoções, de histórias, de amizades. Como tal, qualquer candidato que decida fazer um casting a este concurso terá de pensar seriamente se canta bem ou não. É normal que seja difícil fazermos um juízo a algo que produzimos.
Nesse sentido, é certo contar com a opinião dos nossos amigos, com a sua sinceridade. Se de facto cantar é algo que fazemos bem, serão eles a dar-nos força para prosseguir esse caminho ou não. É por isso que considero que são os nossos entes queridos que nos devem julgar, acordar para os nossos talentos. Quando eles não existem, é necessário que nos digam a verdade das verdades. Infelizmente, e pelo que vi no primeiro episódio desta quarta temporada, estas atitudes não foram tomadas por parte dos amigos e familiares dos diferentes participantes. Logo, são eles os grandes culpados de nos castings existirem os chamados "cromos".
Sabendo que o Ídolos vive deles, é impossível que o concurso não se aproveite da timidez, dos nervos e, acima de tudo, da falta de talento de muitos dos concorrentes.


Colocando este aspecto de parte, a nova temporada de Ídolos estreou bem. Não existiram grandes novidades na fase de castings. Apenas os concorrentes mudaram, tal como era de esperar.

Achei bastante engraçado o inicio do programa deste domingo, com um João Manzarra totalmente desprezado pelo júri, devido à sua falta de capacidades vocais. As caras de Cláudia Vieira acabaram igualmente por ser bastante cómicas, o que proporcionou vários momentos de humor aos telespectadores. Afinal, não são só os "cromos" que podem despertar gargalhadas. As próprias representações dos apresentadores conseguem ter essa função.

Para além do talento que se notou neste primeiro episódio da quarta temporada de Ídolos, foi possível visualizar um programa bem produzido, com momentos de ternura, histórias de vida, exemplos de coragem, e uma forma de vencer no futuro. Acima de tudo, amor à música.
De facto, se há algo que liga todos os concorrentes neste talent-show, então então esse algo está relacionado com a paixão pela música. Mais do que a fama fácil, notei que a maior parte dos participantes procura lutar por um sonho.
Um sonho que pode mudar as suas vidas.