16 de agosto de 2010

Frente a Frente


Boa noite e bem-vindo ao Frente a Frente desta semana. Hoje vão estar frente a frente os dois principais espaços informativos das manhãs televisivas: Bom Dia Portugal e Diário da Manhã.


O Bom Dia Portugal é o informativo matinal que há mais tempo perdura no ar de entre as três generalistas. Desde a sua estreia, em 2002 com Alberta Marques Fernandes, até aos dias de hoje as modificações foram inevitáveis, desde a apresentação, ao conteúdo e até mesmo à duração.

Actualmente líder destacado nas audiências, o Bom Dia Portugal distingue-se dos concorrentes Edição da Manhã (SIC) e Diário da Manhã (TVI), acima de tudo, pelo seu singular dinamismo. Quem sintonizar a RTP1 entre aquela hora consegue em 10/15 minutos ficar a par do trânsito, do tempo, das principais notícias, enfim, ficar informado e acordar para o mundo nesse curto espaço de tempo. Ora, isto é fulcral num bloco informativo matinal, já que a grande maioria do público que liga a televisão aquela hora são pessoas que estão prestes a sair de casa para mais um dia de trabalho, na habitual correria matinal que implica pouquíssimo tempo para ver (ou pelo menos ouvir) televisão. E assim, entre umas rápidas dentadas à torrada do pequeno-almoço ou enquanto escolhem qual a melhor camisola para vestir naquele dia, vão ouvindo o essencial da actualidade na voz da Carla Trafaria ou do João Tomé de Carvalho, por muito pouco que seja o tempo em que estejam ligadas ao canal.

Mas há outros factores que justificam a liderança e ‘eficiência’ do Bom Dia Portugal. Um deles é o espaço dedicado à meteorologia, por exemplo. Exceptuando o Portugal em Directo também na RTP1, este jornal é o único que tem meteorologistas em estúdio que explicam detalhadamente aos portugueses como vai estar o tempo no dia que começa. E isso é bastante enriquecedor para o programa e também para quem o vê. Mais didáctico do que ouvir um pivô a apenas expressar oralmente o que está explícito no grafismo do ecrã, do género, “muitas nuvens em Portalegre” quando esta cidade tem uma imagem a indicar isso.

Mas apesar de actualmente o Bom Dia Portugal liderar nas audiências e ser, por todas as razões invocadas anteriormente, o melhor dos três concorrentes, é notória uma espécie de retrocesso no alinhamento e no dinamismo deste bloco informativo.
É de lamentar que 8 anos depois o formato tenha evoluído para um registo demasiadamente discreto em comparação com o da era Alberta Marques Fernandes, onde aí o uso racional da panóplia de meios que a RTP tinha ao seu dispor, aliado a uma criatividade e a um dinamismo soberbo, proporcionavam um despertar inovador e completíssimo ao espectador.

Mas talvez estes sejam sinais dos tempos já que o Bom Dia Portugal actual continua a ser, de longe, o melhor produto dos três canais, simplesmente porque é dos poucos que informa com rigor num menor espaço de tempo: a fórmula de ouro para formatos deste cariz.




Foi com Júlia Pinheiro e Henrique Garcia que a TVI estreou Diário da Manhã. Um formato informativo, mas com uma componente diferente da que a concorrência na altura apresentava, uma vez que rubricas sobre diversas áreas de interesse, como a saúde, também tinham destaque.

Na actualidade, este espaço está diferente, sendo que com algumas mudanças, os temas de outrora continuam lá.


À semelhança de muitos outros portugueses, tenho o hábito de ligar sempre a televisão quando estou em casa. E, logo pela manhã, enquanto me preparo para a escola ou trabalho, não é excepção. A minha companhia matinal é este Diário. Não sei porquê, sempre simpatizei com a estrutura do formato e com o facto de estar sempre em cima do acontecimento, algo que a concorrência também faz, mas não sei porquê, a minha escolha recai sempre na TVI.


Por lá já passaram alguns dos mais conhecidos jornalistas da TVI, na actualidade. Desde a dupla de estreia a Rita Rodrigues, não esquecendo José Carlos Araújo, Leonor Poeiras ou Susana Bento Ramos, todos tiveram sucesso.

Devo confessar que, para mim, e talvez por ser nessa altura que prestava ainda mais atenção, muito apreciava a empatia entre a dupla Rui Pedro Batista e Susana Bento Ramos. No meu entender, são uma das melhores que por lá passou. Apreciava o olhar cúmplice que apresentavam e o facto de, quando um parava de falar, o outro entrar logo no ar. Tenho pena de que tenham deixado de trabalhar juntos, pois eram um excelente exemplo de uma dupla coesa.

Outro momento que muito me reporta a este programa está, evidentemente, relacionado com Rute Cruz. Apresentadora durante muito tempo, ao lado do agora pivô do Diário da Tarde, no TVI 24, esta jovem acabou por deixar, precocemente, o seu lugar no formato. A culpada foi uma doença e muita emoção se notou no dia seguinte à notícia da sua morte, principalmente no rosto do seu colega. A meu ver, foi esse um dos factores preponderantes para que o programa deixasse de ter uma dupla na apresentação.



Apesar de ser a minha escolha para este horário, o Diário da Manhã não é líder. Na concorrência tem o mais do que implantado Bom Dia, Portugal que vence desde o seu inicio. Percebe-se a opção dos portugueses pelo formato da RTP, no entanto, para mim, o da TVI é o mais completo e aquele que tem maior dinâmica. Pelo menos na maioria das vezes, até porque dispõe de algo que a concorrência não tem, nomeadamente o helicóptero comandado por Paulo Ferreira de Melo, que mostra sempre as melhores imagens do trânsito, e não está tão ligado ao formato bloco noticioso tradicional.

Face a estes resultados, é de louvar o facto de a estação de Queluz de Baixo nunca ter acabado com o Diário da Manhã, até porque, o programa já mostrou ser um bom “estágio” para as novas caras da estação, casos de Ana Guedes Rodrigues ou de José Carlos Araújo. Num futuro próximo, gostaria de voltar a ver uma dupla na condução do programa, até porque, penso que cria uma melhor dinâmica e poderá ser por aí que os pontos venham a ser conquistados.



Enquanto isso não acontece, há que seguir o conselho tantas vezes dado pela agora pivô do Jornal da Uma: “sorrir e ter um bom dia”, na companhia do Diário da Manhã, claro!

Iniciado um novo Frente a Frente, damos por encerrado o anterior. Neste sentido, aqui fica o resultado da sondagem que opunha as opiniões entre José Alberto de Carvalho e José Rodrigues dos Santos:



Vânia Fernandes, por Tiago Henriques - 61%
Ricardo Soler, por Diogo Santos - 39%






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