Fecho

Boa noite. Hoje, em fecho, trazemos-lhe mais uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.

E porque é sábado não perca às 21h mais uma edição da Audimetria Semanal!

Pedido de Clemência

Todos os dias, em algum jornal ou revista, o lemos: a SIC não tem dinheiro. A informação, ainda que dissimulada, vem fazendo parte da estratégia de comunicação do canal, que, como é compreensível, se sente na necessidade de justificar a persistente derrota nas audiências para a TVI (o tempo todo) e mesmo para a RTP (ciclicamente). E tem feito parte também, aliás, da avaliação do panorama televisivo actual feita pelo próprio Nuno Santos, para o qual, naturalmente, números destes comportam sempre o risco de serem entendidos como uma derrota pessoal.

Vem agora o director da SIC "ameaçar" a continuação da guerra das transferências, depois de, em resposta à perda de Fátima Lopes para Queluz, não ter conseguido roubar para Carnaxide mais ninguém senão a produtora Gabriela Sobral, deve ser entendido mais como um pedido de clemência do que como uma ameaça. O mais provável é que o maior desejo de Nuno Santos seja simplesmente não perder mais ninguém. Até porque sabe que a saída de novas estrelas não só poderia deixá-lo mais longe ainda da TVI como, inclusive, em grandes dificuldades na luta com a RTP pelo segundo lugar.

O que isto tem de trágico é que, sendo agora talvez menos coerente (porque tem disparado em muitas direcções num claro esforço de encontrar uma linha ao mesmo tempo distintiva e de sucesso), a SIC é, ainda, no geral, um melhor canal de televisão do que a TVI. e que, se a corda continuar a apertar, Nuno Santos não terá outra alternativa senão abrejeirar em definitivo a sua programação. Restar-nos-á então o quê, no que diz respeito a televisão privada de qualidade?

Desde os tempos da pré-história que ela está presente na vida do Homem