Às 21:00, o Cine entra em linha!
A televisão é sonho e fantasia. E não há sonho e fantasia sem dinheiro. Quer dizer, o acto de sonhar, por si só, não custa dinheiro. O que custa é concretizar esses sonhos. E para isso é preciso investir.
Ora, a SIC está numa encruzilhada. Por um lado, quer endireitar as suas contas, cortar as gorduras, pôr ordem na casa, moralizar o sistema, permitir que os seus accionistas retirem dividendos do dinheiro que lá têm investido. Por outro, quer fazer uma televisão competitiva, quer manter rentabilidade e receptividade comercial, quer não perder o comboio das audiências, mesmo sabendo que dificilmente pode ombrear com a estação líder.
A saída de Fátima Lopes da SIC para a TVI é um forte rombo e um retrato cruel. A TVI tem capacidade de atracção (porque é líder, porque tem dinheiro para gastar, porque tem um rumo), tem capacidade de permitir aos seus profissionais sonharem com um trabalho melhor e mais reconhecido; e tem um star system que foi capaz de criar nos últimos anos em redor dos seus actores, e que soube preservar e acarinhar, com galas, festas e atitudes.
Nos últimos anos, a SIC de Luís Marques pode ter feito um trabalho fundamental para se reorganizar e, até, para garantir a sua subsistência, não o discuto. Mas perdeu o sentido estratégico do seu negócio. Deixou os números ganharem à magia. E essa derrota, para já circunstancial, tem de conhecer rapidamente uma reviravolta. Sob pena do que é circunstancial se tornar estrutural. Seria a morte do primeiro canal privado português.
Nenhum comentário:
Postar um comentário