6 de julho de 2010

Fecho

Boa noite. Seja bem-vindo a mais um Fecho do dia. O de hoje leva até si uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.
Às 21:00, a Marta Miranda entra em linha com o SÓ Séries!

Como que um regresso

Enquanto não estiverem cabalmente esclarecidas as razões por detrás do rompimento entre Fátima Lopes e a SIC, o mais natural será encarar a passagem da apresentadora para a TVI como uma transferência "normal". E, se for esse o caso, então estamos perante o mais importante statement dos últimos tempos sobre aquilo que é a nossa televisão privada e os lugares para onde ela caminha.


Bem vistas as coisas, a TVI é como que a casa natural de Fátima Lopes, que há anos vem recriando a atmosfera geral da estação de Queluz como mais ninguém na SIC ou na RTP. Com isto, porém, não só a TVI emite um sinal claro de que pretende insistir na sua linha de programação, reforçando ainda mais a televisão chorosa e bem-intencionada de que Manuel Luís Goucha e Júlia Pinheiro já vinham servindo de mensageiros, como a SIC deixa implícito, ao permitir a saída do seu principal activo no género, que pode muito bem estar agora determinada a canalizar o seu (parco) orçamento para outro tipo de formatos.


A notícia, em qualquer caso, é relevante. Fátima é uma profissional cuja identidade, até certo ponto, se confunde com a da própria SIC generalista - e a sua saída para a TVI terá seguramente um alcance tão profundo como, por exemplo, a saída do futebolista João Moutinho do Sporting para o FC Porto. Por outro lado, a crise económica, o alvoroço social e o habitual aumento das ansiedades individuais são terreno fértil para programas como os que Fátima faz. E pena será se, como escrevia Lampedusa no seu O Leopardo, este venha a verificar-se apenas mais um daqueles momentos em que "é preciso que tudo mude para que tudo fique igual".

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