8 de junho de 2010

Para lá das 24




Boa Noite! Seja bem-vindo ao primeiro Para lá das 24 desta semana!


Esta noite decidi falar-lhe de algo que muito alvoroço provoca, as audiências. Hoje em dia, não há ninguém, desde uma simples pessoa ao director de programas de uma qualquer estação de televisão que não se preocupe com elas.


Embora muito pouca gente saiba, as audiências de determinado programa televisivo têm muito que se lhe diga. A começar pela forma como são medidas. Não, não é o facto de todos os televisores da minha casa estarem sintonizados na RTP2 que este canal terá mais quatro telespectadores. E porquê? Porque a minha casa não é uma das 1000 casas que servem de amostra para os medidores de audiência.


Pois é, aqueles resultados que, diariamente, se vêem na Marktest dão-nos a ideia de que toda a população portuguesa é tida em conta, quando na realidade, poucos são os lares que são tidos em conta. Como em tudo o que é estatística, há sempre os seus "ses". E a medição de audiências não foge à regra.




Mas afinal, para que servem as audiências? Para alimentar pequenas "guerrinhas" entre "comentadores de bancada"? Não. Para demonstrar o interesse do público por determinado formato? Talvez. Todavia, a grande utilidade das audiências é servir como pano de fundo ao investimento publicitário, importantíssimo para a vida de qualquer estação de televisão. E, nesse aspecto, aparentemente, a TVI é líder. Sim, as telenovelas portuguesas são as mais vistas dos tops de programas, dia após dia, e, num horário tão importante como é o horário nobre, isto faz a diferença.


Mas, e daí? Basta olhar para um outro tipo de Top de audiências, aquele em que apenas se analisam os resultados referentes às classes sócio-económicas A e B. Para quem não sabe, a maioria dos anúncios publicitários são dirigidos, essencialmente, a estas duas classes. Qual será, então, a liderança mais importante? A que diz respeito à junção de todas as classes sócio-económicas ou a dirigida especialmente às classes A e B? Eu diria que a última hipótese, tendo em conta aquilo que os meus professores de faculdade me dizem: "É mais produtivo anunciar num canal que nos garanta total retorno, do que, embora com maior visilidade, num canal que não seja direccionado para o nosso público-alvo."


Aqui estão algumas das razões para a aposta da SIC em Sinais de Fogo ou Perfeito Coração, por exemplo. É que, apesar de não vencerem no compute geral as produções da TVI, estes dois formatos estão sempre no top dos mais vistos pelas classes anteriormente referidas.


É caso para dizer, citando aquilo que o jornalista Tiago Guilherme escreveu na última edição da Notícias TV, que "A TVI lidera, mas a SIC ganha".

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