11 de junho de 2010

Fecho


Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.
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Grande negócio

Na grelha diária dos canais portugueses, há neste momento 11 novelas. Três à hora de almoço (duas na RTP, uma na SIC), duas à tarde (uma na SIC e outra na TVI), cinco à noite (três na TVI e duas na SIC) e uma ao fim-de-semana (SIC, para lá das da TVI, que também passam ao sábado e domingo). Ninguém duvida que a programação televisiva em Portugal é ancorada, sobretudo nas privadas, neste género de ficção. Mas, pergunto eu, a quem cabe o direito de dizer que é de mais? Aos críticos? Ao público? São os espectadores que têm de responder à questão: e essa resposta é dada cabalmente todos os dias nas audiências.


A verdade é esta: há dois milhões e meio de pessoas em Portugal que seguem as novelas da TVI e da SIC. Gente que, todos os dias, se senta no sofá e vê uma, duas, três histórias. Todas seguidas. Dir-se-á que vêem "aquilo" porque é "aquilo" que lhes dão, como podiam ver concursos, talk shows ou teatro. Admito que, em tese, isso possa ser correcto, mas acho que desvalorizar a capacidade de escolha dos portugueses, numa altura em que o cabo está disseminado por todo o país, é passar-lhes um atestado de estupidez. Recuso-me a contribuir para esse papel.


Os portugueses gostam de novelas. Ponto. E é por isso que o balão não vai estoirar. Nem hoje, nem amanhã, nem, provavelmente, nos próximos 20 anos. Nenhum outro conteúdo de longa duração tem um rácio tão bom: grande audiência versus custo de produção por sessão. Ou seja, junta-se a fome com a vontade de comer. Bom para os espectadores, óptimo para os programadores.

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