28 de abril de 2010

Fecho


Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.
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Variem um pouco

Sou, desde há pelo menos duas décadas, um grande adepto da stand-up comedy - e, da primeira vez que visitei Nova Iorque por mais do que um dia ou dois, não desperdicei a oportunidade de percorrer os bares e os restaurantes em busca de eventos afins, deliciando-me em especial com uma tribo que cirandava pelos lounges dos hotéis mais modestos da Lower East Side. De forma que aplaudi, rendido, o lançamento do género em Portugal, ocorrido com o lançamento de Levanta-Te e Ri (SIC), em 2004.

Hoje, porém, é com preocupação que vou acompanhando notícias como esta que nos dá conta de mais um curso de stand-up ministrado pela Bang Produções. Porque o género teve um tal sucesso que, hoje em dia, não há em Portugal mais nada nos domínios do humor. É uma coisa moderna, provavelmente: também os americanos o fazem - também os talk shows e os programas de sketches e até a ficção norte-americana centram hoje na técnica de Seinfeld&Companhia todo o seu o seu contributo humorístico. Mas é pena.

Nem todo o humor, repito, é nonsense. E nem todo o humor, naturalmente, tem de se basear num apresentador de pé a ler enlatados no teleponto. Portugal dispõe de uma longa tradição de comédia e já provou que não sabe fazê-la apenas com base na "jocosidade". E era interessante se parássemos para pensar nos modelos mais clássicos, fundindo géneros e diversificando os formatos.

Facto: enquanto os nossos melhores criativos se forem refastelando sobre fórmulas garantidas, continuará aberto o caminho ao triunfo do humor mais pobre e brejeiro. Por esta altura, já não devem faltar espectadores com saudades de Malucos do Riso e Camilo&Filho. Pudera.

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