O espectáculo mediático que tem sido feito em redor da Comissão de Ética nos últimos dois meses (ontem passaram por lá mais três intervenientes: Paulo Baldaia, director da TSF, João Marcelino, director deste jornal, e Nuno Santos, director de Programas da SIC) não vai dar em nada, já se percebeu.
O que inicialmente parecia ser um caminho para apurar a verdade é hoje apenas um caminho para apurar a verdade que se julgar conveniente. As máquinas partidárias têm feito tudo para retirar qualquer sentido aos trabalhos da comissão, chamando à Assembleia tudo o que mexe.
Se há algo, porém, que todo este frenesi tem provado é um claro e preocupante desconhecimento da realidade jornalística e do mundo em que vivem os deputados da comissão. Ao longo destes meses tenho assistido, incrédulo, a algumas perguntas a que qualquer cidadão normal que leia jornais saberia responder. Tenho ouvido comentários que partem de pressupostos que revelam uma profunda ignorância e um enorme engajamento político. Ainda ontem, houve perguntas feitas que não o teriam sido se os deputados, minimamente, tivessem feito o trabalho de casa (como, por exemplo, quando uma deputada perguntou a Marcelino se já estava na Controlinveste aquando do despedimento colectivo de 2009).
Eu percebo que para muitos deputados estes sejam momentos importantes para mostrar trabalho e justificar o ordenado que ganham. Mas escusavam de chamar tanta gente ao Parlamento. Bastava ir ao Google.
2 comentários:
E então o Discurso Directo?
Tal como avisamos ontem, o Discurso Directo volta para a próxima semana.
Hoje, às 21:00, o Cine-Opinião está de volta!
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