Daqui a uma hora não perca "Os Escolhidos". Às 00:05, vai para o ar o último "Para lá das 24" da semana.
Consultamos os alinhamentos de televisão generalista para as próximas duas semanas, sentimos um arrepio na espinha e vamos rapidamente acender uma velinha aos deuses do cabo e da IPTV. A programação da nossa televisão para este Natal é tão má como sempre, tirando que é pior ainda.
Se a TV efectivamente é o espelho de uma sociedade, um extraterrestre que aterrasse num dos últimos Natais em Portugal não só ficava com a certeza absoluta de que nos afundáramos todos em depressão, como ainda registava com espanto o facto de entendermos o circo, provavelmente o espectáculo mais deprimente do mundo, como principal aposta de evasão. Mas, como tantas vezes acontece na nossa TV, quando nós achamos que as coisas já não podem piorar, então é que elas ficam definitivamente más.
Problema candente: o filão da "beneficência", que há muitos anos a RTP explorava com o Natal dos Hospitais, mas de forma um tanto ingénua (e, aliás, relativamente benigna). Ainda no outro dia a Gala de Natal da TVI o explorou abundante, deslavada e até cinicamente - e, quando se confere a programação dos diferentes canais, o mínimo que se pode temer é que toda a gente se prepare para fazer exactamente a mesma coisa (e, de resto, várias vezes) até ao fim do ano.
Independentemente do polimento de cada proposta, há sempre algo de obsceno nisto. Assim vai o nosso entendimento do mainstream. Mal se pode esperar pelo Dia de Reis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário