9 de junho de 2011

Fecho


Boa noite. Fechamos esta quarta-feira com a habitual crónica de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.

Ainda sobre as eleições

1. Independentemente dos meios tecnológicos e da espectacularidade da realização escolhidos por cada estação, a vitória da RTP nas audiências da noite eleitoral tem uma leitura inevitável: quando se trata das matérias que entendem como as mais sérias, nomeadamente aquelas que colocam em jogo o nosso destino comum (as eleições, a selecção), os portugueses preferem a companheira de mais de 50 anos.

A cobertura dedicada pela RTP ao sufrágio de domingo sobreviveu mesmo a um José Rodrigues dos Santos rouco e, portanto, com a voz ainda mais esganiçada do que é costume.

Um património - e um património de tal forma inexpugnável que nem a presença de Miguel Sousa Tavares na SIC ou da dupla José Alberto Carvalho/Judite de Sousa na TVI conseguiu combater.

2. Sócrates sabia que ia perder as eleições e apostou tudo nos seus últimos "quinze minutos de fama". Resultado: jogou bem com as emoções, semeando agora para colher mais tarde.

Surpreendente será, depois do discurso de domingo, se, dentro de dois anos, quando se começarem a discutir os presidenciáveis, o seu nome não vier à baila a par dos de Guterres, Durão e Marcelo. Seis anos a praticar a empatia com as câmaras e a leitura do teleponto tinham de dar os seus frutos.
3. RTP, SIC, TVI, RTP N, SIC Notícias e TVI24 - houve momentos, no último domingo, em que todos os seis canais passavam publicidade ao mesmo tempo. Mais ainda do que é costume, este ciclo eleitoral foi um bom negócio para a televisão.

Agora, e com o futebol parado e o próprio Passos Coelho respirando fundo antes de enfrentar o cumprimento do exigente acordo com a troika, vai ser preciso um milagre para as estações manterem a facturação do último mês.

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