7 de junho de 2011

Fecho


Fechamos esta segunda-feira com mais uma crónica de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.

Ponto de situação

1. A forma como o processo eleitoral desfilou na televisão, e apesar da excepcionalidade do momento, foi grosso modo igual a sempre, sem imaginação por parte dos jornalistas e sem rasgo por parte dos políticos. Novidade, mesmo, só a imposição, pelo tribunal, de debates com os pequenos partidos. Com que utilidade? Nenhuma. Deixem-me ser claro quanto a isto: nenhuma, a não ser evidenciar que se trata de uma realidade folclórica, com legitimidade eleitoral mas nenhuma razão para ser imposta à TV.

2. Ou muito me engano ou a tragédia que atingiu a actriz Sónia Brazão vai acabar por transformar-se num meio de referendo ao star system da ficção nacional, incluindo os abismos da sua fama pequenina. Os primeiros sinais já aí estão. Falta confirmar se não será mesmo justificada, essa transformação.

3. A polémica em torno do mais recente teledisco de Rihanna, que acompanha o lançamento nas televisões do single Man Down, é um absurdo. O vídeo, em que uma mulher é violada e vem a executar o seu violador a tiro, é provocador e tem, de facto, uma certa dose de violência. Não mais, porém, do que as mais corriqueiras séries policiais. Será mesmo suposto desprovermos a música pop de tudo o que ainda lhe reste (se resta) de intervenção social?

4. O abandono dos elencos de séries de TV por parte de actores de sucesso quer dizer, normalmente, uma de duas coisas: que o actor cresceu de mais para o seriado ou que, estando este a morrer, começa a cortar o orçamento e já não pode pagar às suas principais estrelas. A saída de Patrick Dempsey de Anatomia de Grey significa o mesmo que a saída de Lisa Edelstein de Dr. House: que Anatomia de Grey morreu. Paz à sua alma.

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