Falar Televisão

Memória curta

O regresso de João Manzarra, hoje tornado público pela Notícias TV, não deixa de ser um dado positivo para a televisão nacional. Depois de um ano e meio no ar, ininterruptamente, foi bom para o jovem apresentador fazer uma longa pausa para agora poder regressar em grande à antena da SIC generalista. Até porque, Manzarra continua a ser um dos principais trunfos e um grande potencial da estação, enquanto comunicador jovem e versátil que é.

Mas a forma como esse regresso é feito, é que levanta outras questões pertinentes. Como todos sabemos, Chamar a Música foi um formato já adaptado em 2008 pelo então director de programas da SIC, Nuno Santos. Nuno convidou Herman José para ser o anfitrião deste concurso proporcionando assim excelentes resultados audimetricos, tendo em conta o panorama da SIC naquela altura. Chamar a Música foi um bom programa de entretenimento, muito bem conduzido por um Herman que vinha de um autêntico flop chamado Hora H e que conseguiu, desta forma, reinventar-se nas várias sessões deste formato emitidas aos Domingos à noite.

Face a isto, e depois de lembrarmos todo o sucesso que Chamar a Música fez naquela altura, que voltando a associar Herman José a um bom espectáculo televisivo e que tão bons números rendeu à estação de Carnaxide, querer fazer agora regressar o mesmo concurso, na mesma época do ano mas com um novo apresentador, será eticamente correcto?

Não seria mais prudente, por parte de Carnaxide, deixar o formato bem arrumadinho nos arquivos da estação do que querer ressuscitá-lo a toda a força com uma nova cara, numa clara forma de tentar apagar a glória e os bons momentos que Herman José já proporcionou à estação?

Independentemente das divergências com o humorista, já era tempo de a SIC deixar o rancor de lado e tentar respeitar minimamente todas as caras que já vestiram e suaram pela sua camisola.