7 de maio de 2011

Fecho


Esta noite, em fecho, mais uma crónica de autoria de Joel Neto e retirada do Diário de Notícias.

Um caso humano

Penso que posso afirmar, com um bom grau de segurança, que nunca gostei de um programa de Teresa Guilherme - e não sei se arrisco muito ao dizer que todos os programas alguma vez feitos por ela foram maus, alguns deles mesmo muito maus. Uma coisa, porém, é esse juízo de valor sobre a qualidade do seu trabalho enquanto apresentadora (e mesmo enquanto produtora) e outro ser capaz de assistir com absoluta insensibilidade a este seu crescente calvário à procura de uma pequena parcela do protagonismo que já teve.

Depois de ser dada como certa no elenco de Beijo na Boca, nova telenovela da Globo que depois passará na SIC, Teresa foi substituída à última hora por Marina Mota. A Globo recusou-a, dizem algumas fontes; a SIC persuadiu a Globo a recusá-la, arriscam outras.

Não importa: se efectivamente o lamentou publicamente "com a voz embargada", como dizia ontem o Correio da Manhã, Teresa merece a minha solidariedade.

Ao longo de décadas, Teresa Guilherme tirou da televisão tudo o que esta tinha para lhe dar. Depois, baralhou e voltou a dar - e, durante muito tempo, ainda prolongou o sucesso. O facto, porém, é que também deu bastante dinheiro a ganhar às estações portuguesas, nomeadamente às privadas. Que não reencontre agora o seu espaço, nem como produtora, nem como apresentadora, nem sequer como actriz, há-de ser sinal dos ressentimentos (justificados ou não) que acumulou entre os seus pares. Mas também da ingratidão e da crueldade da televisão portuguesa para com ela.

Se era para a ostracizar assim, então mais valia que a TV nacional não se tivesse aproveitado tão reiteradamente do seu voluntarismo e da sua filosofia de "disposta a [quase] tudo".

2 comentários:

Anônimo disse...

Teresa Guilherme é (foi) um excelente produtora e uma razoável apresentadora de programas "day-time" e de reality-shows mas, óbviamente, nunca foi e nunca será uma actriz! Não sei se foi a Globo, ou a SIC que pressionuou a Globo a descartá-la, apenas sei que, venha de onde tiver vindo, essa decisão foi absolutamente acertada pois seria um ultraje nós(portugueses)sermos representados no Brasil por alguém que não sabe "representar".
Temos excelentes actores, dos quais o Ricardo Pereira, a Maria Vieira e a Marina Mota são dignos exemplos e como tal não fazia qualquer sentido esta potencial usurpação de um lugar que, definitivamente, não é o seu, pela Teresa Guilherme e a consequente substituição pela Marina Mota é apenas um caso de pura justiça.
Se esta situação se repetisse em todas as novelas e séries que passam em Portugal, a ficção nacional ficaria a ganhar pois existem demasiadas pessoas a fazerem de conta que são actores nas nossas televisões...

Anônimo disse...

Decisão acertada.
A Teresa Guilherme não é atriz. Porque é que a TVI não a convida para apresentar a segunda edição do Secret Não Sei Quê?Aí sim,ela estaria na sua praia.
Já lá diz o povo: Cada macaco no seu galho!
O Ricardo Pereira,a Maria Vieira e a Marina Mota saberão representar condignamente o nosso país no Brasil pois eles são atores talentosos e prestigiados.
Por alguma razão o Ricardo Pereira tem um contrato de exclusividade com a Globo,a Maria Vieira volta ao Brasil para fazer a sua segunda novela e a Marina Mota,apesar do esquecimento a que ultimamente tem sido votada,foi seleccionada para integrar o elenco desta novela da Globo.Portugal,de uma vez por todas,precisa de dar valor a quem o tem e de penalizar e afastar os incompetentes.