Boa noite. Fechamos esta sexta-feira com a habitual crónica de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.
'Money making'
1 Vale a pena ter em atenção a nova aposta da TVI em megaproduções (Mundo Sem Fim, Labirinto Perdido, Treasure Island, Neverland...), que de resto espelha a crescente atenção dispensada às megaproduções pelas próprias feiras internacionais. Parece, como já aconteceu no passado, a televisão fazendo um esforço por entrar no mercado do cinema, tentando juntar grandes actores e narrativas épicas. Mas não é: é, desta vez, o cinema fazendo um esforço por entrar no mercado da televisão, como o prova a presença, entre os novos e mais activos produtores de TV, de nomes como os de Ridley e Tony Scott, entre tantos outros. O resultado, regra geral, é um claro salto qualitativo em relação ao que se verificou com as intercepções do passado. Ou seja, ganham todos: o cinema acumula uma nova fonte de rendimentos, a televisão cresce em qualidade, e nós, espectadores, passamos a dispor de mais e melhor escolha.
2 Confesso alguma expectativa em relação ao que será exactamente uMan, esse "reality show interactivo" que a Ongoing prepara para a Zon e, aliás, para o mercado chinês também. Para já, registo duas evidências: que José Eduardo Moniz permanece um visionário e um homem de TV como não tivemos nunca outro; e que José Eduardo Moniz continua muito pouco preocupado em fazer a evoluir a TV do ponto de vista da qualidade de conteúdos, mantendo-se interessado sobretudo em reforçar a sua rendibilidade. É um trabalho sujo, mas alguém tem de o fazer. Em televisão, são cada vez mais os maus programas que pagam os bons. O que seria aborrecidíssimo se não se desse o caso de, regra geral, o mesmo acontecer com o cinema, com a música e com a cultura pop em geral.
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