1. É a existência da RTP, nos moldes em que ela existe, que explica a forma como se negoceiam os debates eleitorais em Portugal. Se a RTP não estivesse sobredimensionada, mas fosse a estação marginal que deveria ser, então os partidos não começariam as negociações pela reivindicação dos seus "direitos", antes tentando perceber quais eram as suas "oportunidades". Em todo o caso, já não faz sentido que a discussão sobre que debates haverá continue a fazer-se com base na agenda dos partidos, mais do que na das televisões. Leio-o por todo o lado: são os directores de campanha quem está a impor as regras, não os canais. E, se as televisões nem sequer nesta altura conseguem entender-se o suficiente para fazerem prevalecer os seus interesses sobre os das forças partidárias, tão desacreditadas andam estas, então o mais provável é que não consigam entender-se nunca. Mau sinal.
2. Vencida pelos altos custos e pelas baixas audiências, a RTP pediu autorização ao Governo para suspender as emissões da RDP Internacional em Onda Curta. A sobredimensão da estação pública de rádio e TV é tão óbvia que a própria já quer encolher. É nesta estrutura que Passos Coelho, afinal, já não vai mexer?
3. É curioso o que está a acontecer, nos EUA, com estrelas como Charlie Sheen, ou Kirstie Alley (e não só). Caídas em desgraça, porque se afundaram em vícios ou simplesmente envelheceram, elas estão agora a transformar esse declínio num negócio, com aparições na TV, contratos publicitários e até merchandising ligados à sua degradação. As situações têm um tanto de deprimente, mas têm outro tanto de irónico e até algo de visionário. Há um novo nicho de mercado a nascer. Atenção a ele.
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