1. A notícia de que o canal Odisseia vai passar a ter uma emissão exclusiva para Portugal é boa, mas também tem o seu lado sombrio. Por um lado, o documentário português ganha espaço e financiamento. Por outro, o público português, ganhando um canal personalizado, perde uma das suas melhores soluções de zapping. Até aqui, o que o Odisseia tinha de mágico era a aleatoriedade. Nunca estava a dar nada de específico: passando por lá, tanto podíamos encontrar um documentário sobre a conquista do espaço como uma reportagem sobre o impacto da lavanda endémica na poesia indiana - e, ao encontrá-los, uma pessoa parava ali, surpreendida com o tema, como se na verdade a sua programação para aquele dia e para aquela hora representasse pouco menos do que um golpe de génio. Para compensar a perda desta maravilhosa prerrogativa, é preciso que a programação do "novo" canal tenha mesmo rasgo. Boa sorte.
2. Eis mais uma bela ideia do Meo: o lançamento de um cartão pré-pago para o separador "Video- clube". O dito cartão não inclui débito na factura mensal e permite não só um melhor controlo de custos, como uma privacidade suplementar em casos de contas com maior ou menor dimensão pública. Acontece que a escolha de filmes permanece limitadíssima. No número, problema inerente à própria IPTV, que ainda não permite mais do que aquilo; e sobretudo na selecção, em que se verifica um estranhíssimo entendimento sobre o que é um filme "clássico" - e onde, de resto, apenas a espuma do cinema comercial efectivamente vem a estrear. Queiram os distribuidores de TV evitar o regresso dos videoclubes de bairro e terão de abrir espaço ao cinema a sério. Custe o que custar.
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