1. A notificação enviada esta semana por Jorge Lacão à Comissão de Ética, informando que a UE pode multar Portugal em dois milhões de euros caso a Assembleia da República não aprove na especialidade a nova Lei da Televisão até final de Janeiro, representa uma pressão injustificável sobre os trâmites parlamentares. O processo legislativo português, bem o sabemos, é muitas vezes moroso. Mas até por isso abundam as leis aprovadas à pressa, mal feitas e carentes de rectificação ao fim de poucos meses. De resto, o Estado gasta duzentas vezes dois milhões de euros com a RTP. Argumentar com uma multa desta natureza é pura demagogia.
2. José Fragoso tem razão: é impossível a RTP1 e a RTP2 partilharem um director. Insista-se nessa necessidade e acabará por haver uma espécie supradirector, à sombra do qual funcionarão na mesma duas direcções, com o único resultado prático de se ter criado ainda mais um emprego público pago a peso de ouro. O problema da RTP está no número de canais. Um canal generalista de vocação formativa (como a brasileira TVE ou a norte- -americana PBS), um canal internacional e dois canais regionais - eis tudo quanto verdadeiramente se justifica, por esta altura, que a TV pública portuguesa tenha.
3. Tenho dificuldade em compreender o destaque dado pela televisão nacional, e pela SIC Notícias em particular, à história do português que pediu uma hospedeira da TAP em casamento durante um voo. E tenho ainda mais dificuldade em compreender que tanta imprensa mundial haja dado repercussão à história. Estou a falar de publicações menores e estou a falar de marcas tão incontornáveis como o londrino The Daily Telegraph. Mas, afinal, onde estava a notícia?
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