5 de dezembro de 2010

Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.

Aqui há publicidade

Quais os limites para a publicidade na televisão? A discussão dava um tratado e, mesmo assim, não chegaríamos a qualquer conclusão. É a publicidade que paga a indústria televisiva, os investimentos tecnológicos e, supostamente, a qualidade dos conteúdos produzidos.

Em Portugal, a lei obriga à colocação de um separador com a palavra "publicidade" a anunciar os intervalos comerciais, mas há, cada vez mais, uma poderosa arma a que as estações televisivas recorrem e que continua numa zona cinzenta sem regulamentação legislativa, apenas com um acordo de auto-regulação promovido pelo Instituto Civil da Autodisciplina da Publicidade. Trata-se do product placement, que consiste em fazer passar uma mensagem publicitária subliminar em situações quotidianas da vida.

As direcções comerciais das estações trabalham cada vez mais esta área, têm tabelas de preços implantadas, até porque a ausência de legislação permite quase todas as possibilidades. Os operadores são apenas obrigados a colocar um logótipo no início do programa e a referência "este programa teve a ajuda à produção de..." no final do mesmo. A mensagem é cumprida, mas será suficiente? O espectador que ouve um actor gabar a frescura do Sumol durante os Morangos com Açúcar (TVI) sabe que a estação recebeu dinheiro por aquela referência?

Ainda no domingo passado, durante o Só Visto! (RTP1), o jornalista João Fernando Ramos, convidado do programa, submeteu-se a uma massagem Smart Box. Lá estava o stand da marca e o nome da empresa em grande destaque. Já esta semana, em Laços de Sangue (SIC), Diana Chaves foi às compras à Worten e todos os espectadores perceberam a mensagem.

Na hora de pagar as contas, todos os euros contam...

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