Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.
Um aniversário triste
O programa especial do 18.º aniversário da SIC, que decorreu durante todo o dia de quarta-feira em directo do Teatro Tivoli em Lisboa, foi digno. Mas triste.
A estação fez o seu trabalho: reuniu as suas principais caras num programa especial, que teve dinâmica, momentos divertidos e música popular. Nada de novo, nada de original, é certo, mas correcto. Cláudia Vieira e João Manzarra foram os animadores de serviço: eles são hoje dos poucos apresentadores do canal de Car-naxide capazes de agarrar um público divorciado da televisão generalista e cada vez mais ligado ao cabo e às novas tecnologias, os jovens urbanos e os targets comerciais. Daniel Oliveira cumpriu, também com a qualidade e o profissionalismo que se lhe reconhece, o papel de mestre-de-cerimónias, recebendo convidados e conversando de forma inteligente com eles.
Mas os mais excitantes momentos da longa emissão, que começou às 09.00 e acabou às 19.00 (com uma paragem para a emissão do Primeiro Jornal), foram, por ironia do destino, os mais deprimentes. Os que provocam no espectador uma nostalgia, uma saudade de tempos distantes, que dificilmente não contagiam também os profissionais que passaram por eles.
Estava a ver a emissão e a passar em revista os anos gloriosos que fazem da SIC uma pedrada no charco do audiovisual português. Estava a ver a emissão e a ver Herman, Cata- rina Furtado, Sílvia Alberto, Júlia Pinheiro, José Alberto Carvalho, Alberta Marques Fernandes, João Adelino Faria, Fátima Lopes, Jorge Gabriel, Emídio Rangel. As imagens e os depoimentos de alguns deles constituem a prova de uma televisão que já foi tudo e que hoje se encontra numa encruzilhada, à procura de uma identidade, de uma referência, de um público.
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