Boa noite. O Fecho de hoje incluí mais uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.
Corredor sem fundo
Sabe o que é o Corredor do Poder? O leitor mais informado dará resposta adequada. Mas será que a maior parte dos leitores é informada? As dúvidas assaltam-me sempre que vejo as audiências do programa de debate político que a RTP1 exibe às quintas-feiras à noite (23.00). Em média, ao longo deste ano, por cada 100 pessoas que têm visto televisão naquele dia e naquele horário, só dez assistiram ao programa. A coisa resume-se assim: 40 preferem as novelas da TVI, 25 optam pelas novelas da SIC, 20 encontram no cabo a alternativa e 15 ficam na RTP, divididos entre o primeiro e o segundo canal.
Qual é, portanto, a eficácia de um programa como o que Sandra Sousa conduz - e bem! - semanalmente? Ainda esta semana, quando se discutia um tema no topo da agenda política por este dias, a revisão constitucional, o programa foi acompanhado apenas por 7,6% dos portugueses que viam televisão a essa hora. A resposta à pergunta com que se começa este parágrafo parece, pois, óbvia.E de quem é a culpa? Do modelo, clássico e ultrapassado? Dos protagonistas, a maior parte deles figuras de vigésima linha dos seus partidos, que 98% dos cidadãos não conhece? Ou do histórico desinteresse dos portugueses em assuntos desta natureza? Provavelmente, de todos estes factores e mais alguns. Mas é bom recordar que Prós e Contras tem frequentemente boas audiências e que a Grande Entrevista é um recordista neste capítulo.
Ou será que, tendo a RTP um canal informativo em que devia apostar mais, este programa, feito neste formato, não tem sentido na sua principal antena?
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