Boa noite. O Fecho de hoje incluí mais uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Noticias.
1. Maria João Ruela provou, ao longo de todo o dia de ontem, que vale muito mais do que a sua cotação mediática poderá significar. A jornalista foi a escolha da SIC para as funções de pivô da SIC Notícias no Campus de Justiça, durante a leitura de sentença do processo de pedofilia Casa Pia. Acompanhada do espe-cialista da estação em Direito, Luís Filipe Carvalho, Maria João Ruela, que esteve no ar durante horas a fio, muitas delas consecu- tivas, demonstrou serenidade na condução da emissão; conhecimento de causa e preocupação em descodificar a linguagem jurídica, quase sempre hermética, em algo inteligível para o espectador. Muito boa escolha dos responsáveis da estação, ao optarem por uma mulher que, apesar dos anos de experiência que tem, é vista sempre como uma espécie de segunda escolha entre os pivôs da SIC. Uma injustiça, como ontem ficou à vista...
2. Dizer que a sentença do caso jurídico mais mediático de sempre absolve os jornalistas de todos os seus pecados ao longo dos últimos oito anos, é um disparate. O facto de o colectivo de juízes ter dado como provados crimes de todos os arguidos não significa que os fins tenham justificado todos os meios. E, apesar do tempo que passou, é bom não esquecer a algazarra, a desonestidade, o atropelo a todas as regras éticas e deontológicas do que foi dito, escrito e visto nos primeiros anos do processo. Ignorar essa realidade, enterrar a cabeça na areia e achar que fizemos escrupulosamente o nosso trabalho é o pior serviço que prestamos ao jornalismo.
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