Boa noite. O Fecho de hoje incluí mais uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.
O Joel Neto escrevia ontem aqui que o anúncio do nome de Conceição Lino para a condução das tardes da SIC era uma boa notícia, pela esperança de que algo de novo possa surgir. Partilho desta opinião, mas não estou tão optimista. E, atenção, isso não significa que ache que a jornalista não é a pessoa certa para a função.
Já aqui o tinha defendido: a SIC precisava de mudar a tarde. Mas mudar a sério. Mudar de registo, mudar de caras, trocar as voltas àquele baralhar e dar de novo: tira-Figueiras-mete-Graciano-tira-Graciano-mete-Vanessa-tira-Vanessa-mete- -Raquel.
A SIC foi pioneira neste tipo de talk shows. E liderou de manhã e à tarde durante muitos anos. Agora a TVI faz melhor. E com Júlia Pinheiro e Fátima Lopes, duas campeoníssimas no outro lado da barricada, na mesma lógica discursiva, conversa com anónimos e famosos, histórias pungentes de dor e sofrimento, dinheiro a rodos lá para casa, contas pagas, é crível que a liderança se mantenha em Queluz de Baixo.
A SIC tem de inovar. Tem de procurar outro registo e, nessa medida, a escolha de Conceição Lino é uma boa notícia. Pelo que de novo pode trazer. A questão é saber se entre a vontade da jornalista, as necessidades da estação e a vontade do público não haverá um fosso demasiado grande para ser superado.
Será possível fazer um programa totalmente diferente, no conceito e na forma, se o público disponível é aquele? Será possível desprezar as árvores das patacas da vida, quando as IVR (interactive voice response) são hoje já responsáveis por uma não desprezível percentagem das receitas da estação?
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