Boa noite. O Fecho de hoje incluí mais uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.
Às 21:00, entra em linha a rubrica Audimetria Semanal.
A actual day time TV portuguesa é um longo bocejo - e dificilmente deixaria de sê-lo enquanto continuasse a dispor das mesmas armas e a ter os mesmos resultados comerciais. Nesse sentido, a mudança de Fátima Lopes para a TVI pode ter sido o melhor que aconteceu à SIC (ou, pelo menos, aos seus espectadores). Como aparentemente dizem os caracteres chineses, crise e oportunidade coincidem - e a crise lançada com a saída de Fátima parece constituir uma oportunidade para mudar de registo.
É nesse contexto que surge a ideia de lançar Conceição Lino durante a tarde - e o mínimo que se pode dizer é que a solução é excelente. Muito dependerá, naturalmente, do resultado final, incluindo a forma como Conceição conseguir manter o seu registo seco e sem paternalismos, sendo ao mesmo tempo íntima e (mesmo) solidária. Mas o conceito de colocar ali uma jornalista, a falar de pessoas (mais até do que com pessoas), é de facto um achado.
Porque o problema dos programas que enchem o ecrã dos canais generalistas ao longo do dia não é, nem nunca foi, a temática. O problema foi sempre (e continua a ser) a forma como essa temática é tratada, de forma chorosa e cínica, superficial e fundamentalmente sem coração. A pessoa não é só a célula da sociedade: a pessoa é a célula de tudo, de toda a emoção e de todo o conhecimento, de toda a memória e de todo o sonho também. Ter alguém verdadeiramente inteligente a tratá-la, enfim, poderá ser uma revelação.
Assim Conceição Lino não se aborreça com as concessões que terá de fazer, claro. E assim não desate a intelligentsia a negligenciá-la apenas porque não está a fazer um novo Nós Por Cá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário