Boa noite. Hoje em fecho trazemos-lhe mais uma crónica, da autoria de Joel Neto e retirada do Diário de Notícias.
A análise da Audimetria Semanal chega até si a partir das 21:00, aqui, no seu blogue de televisão. Até já!
O que vem aí
Temos estado mais ou menos a salvo daquilo que, nos EUA (por exemplo), a genericamente chamada cable TV tem de pior: os debates e as entrevistas "políticas" com recurso aos cidadãos populistas, truculentos, maniqueístas e cheios de ideias definitivas - uma série de canhões perdidos, enfim, que bastante ajudaram os canais codificados a roubar audiências às estações tradicionais. Mas não é provável que fiquemos a salvo deles durante muito mais. Perante o declínio da televisão generalista, tão inevitável como já em marcha, os canais de cabo hão-de proliferar também na área da "informação". E, se Manuela Moura Guedes conseguiu manter durante tanto tempo o seu Jornal Nacional - conseguindo, aliás, vitimizar-se após a extinção do mesmo -, o mais fácil de perceber é que há aí um público ávido de gritaria.
Pior. Nos EUA, a história deste Verão é a passagem de Christiane Amanpour para a ABC e a forma como ela vai gerindo This Week With Christiane Amanpour, o seu novo programa. Depois de 20 anos em que se destacou como uma das mais sóbrias e ponderadas correspondentes de guerra da CNN, Amanpour passou a dedicar-se à política interna americana - e as suas primeiras prestações revelaram uma jornalista especialmente histriónica, opiniosa e conspícua, sobretudo tendo em conta que o seu programa passa ao domingo, dia até aqui reservado a um jornalismo televisivo mais "suave" e "profundo". Aparentemente, trata-se de uma resposta da televisão comercial à proliferação dos canais de cabo (e à adesão dos espectadores a eles). E tem sido um estremeção. Aguardam-nos tempos muito duros. Estejamos atentos.
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