31 de julho de 2010

Para lá das 24


Boa noite e bem-vindo ao último Para lá das 24 desta semana!

Camilo de Oliveira foi durante largos anos, senão mesmo décadas, um dos apogeus do humor português. Sempre numa faceta mais popular e tradicional, o seu humor contagiava as massas. Na década de 90, por exemplo, as inúmeras séries emitidas na SIC eram um autêntico sucesso de popularidade. Camilo cativava as pessoas apenas e só com a sua simplicidade.

Mas a verdade é que os tempos mudam e os hábitos, esses, também deveriam acompanhar essa mudança.

No passado Domingo tive a oportunidade de dar uma espreitadela à nova série Camilo, O Presidente. E no final, dei por mim a perguntar-me o que é que algo tão sinistro faz nos serões de uma televisão privada em Portugal.

Em Camilo, O Presidente tudo está mal. A fórmula é sempre a mesma - um Camilo cada vez mais malandro, a roçar talvez o depravado, que se envolve em hipotéticas peripécias com meninas-modelos em tudo atraentes e vistosas. No Domingo à noite fez-se humor, ou tentou fazer-se humor, com noções parvas de infidelidade, esteriótipos gay e até algum machismo.
No fundo, quem acaba de ver um episódio desta série fica com uma estranha sensação de desconforto, pois nada daquilo tem piada, nem diverte o espectador.

A SIC tem que perceber que o Camilo já não é o mesmo de há alguns anos atrás. Já para não falar do argumento que é intragável e das gargalhas que de tão forçadas e enlatas que são chegam a meter medo.
Nem os espectadores da SIC, nem Camilo de Oliveira do alto dos seus 76 anos, merecem aqueles 50 minutos semanais tão deprimentes.

Um comentário:

Miguel disse...

Não e o melhor programa de Camilo, mas não é mau. Discordo de ti.