12 de junho de 2010

Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.
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Legislar muito e mal

Já aqui o deixei claro, mas não me importo de voltar a fazê-lo: sou contra a existência de uma Lei de Televisão que, no que diz respeito aos conteúdos, ultrapasse a simples fiscalização dos limites do pudor. Exceptuando a necessária protecção das crianças dos riscos do sinal aberto, uma estação privada (privada, repito) devia poder gerir a sua antena como muito bem entendesse, inclusive pondo no ar publicidade ao longo de 24 horas consecutivas. O espectador é uma massa informe, mas não tonta - e haveria, mesmo num país liberal (ao contrário deste, que é de matriz socialista e, portanto, funciona à base dos contratos de concessão), de continuar a fazer as suas escolhas.


Todo esse debate se resume à esfera da política, porém. A esfera da qualidade é outra coisa. E, quanto à qualidade, não deixa de ser pena que a nova Lei de Televisão elimine os intervalos mínimos de 20 minutos entre anúncios (embora não no que diz respeito a filmes, noticiários e programas infantis, cujo limite continua nos 30 minutos). Basicamente, e a partir de agora, a SIC e a TVI passam a poder, sem restrições, enfiar um anúncio de um minuto a cada cinco minutos de programação, com o único cuidado de que a inserção publicitária total não ultrapasse os 12 minutos por hora. Ora, como nos mostram estes 18 anos de experiência, tudo o que a SIC e a TVI podem fazer a SIC e a TVI fazem. E, embora não esteja em causa a legitimidade, é mais do que certo que a qualidade vai voltar a descer.


Perguntarão alguns: mas qual é o problema, se a nova faculdade praticamente só se aplicará a telenovelas, talk shows e concursos? Resposta simples: é precisamente aí que a qualidade mais precisava de preservação.

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