Boa noite. O Fecho de hoje leva até si mais uma crónica de Nuno Azinheira, retirado do Diário de Notícias. Às 21:00, o Frente a Frente entra em linha.
Eu gostava do Festival da Canção, juro que gostava. Aquele sábado era sempre especial. Sentava-me no sofá ao lado da minha avó, com os meus irmãos, e vivíamos aquilo com grande seriedade, tendo na mão a grelha das canções, que uma revista semanal publicava. Dávamos as nossas pontuações e, depois, aguardávamos o veredicto final: "Noruega, dez pontos. La Norvège dix points, Norway ten points." Aquilo era uma festa.
Agora, tudo é diferente. O Festival, apesar de ainda ter audiências (segundo a Lusa, foi visto por 120 milhões de espectadores em 39 países europeus), já não pára o País. Já não nos pára a nós. Ainda assim, confesso: quando cheguei a casa na madrugada de domingo, já cheio de sono e cansado, ainda fui à Internet ver quem tinha ganho e em que lugar dos últimos tinha ficado Portugal.
E, pronto, admito: gosto de Há Dias assim, a canção que Augusto Madureira compôs para Filipa Azevedo (18.º lugar entre 25 concorrentes). E gosto muito de Satellite, a música de Lena Meyer que a Alemanha levou a concurso e que ganhou a competição. Percebo a indignação de quem acha que a canção devia ter sido cantada em alemão e não em inglês (tendência que se acentuou nesta edição), mas a música vencedora respira modernidade. Lena é jovem e bonita. A música é fresca, ritmada, numa onda pop moderna, ao estilo Nelly Furtado. Ou me engano muito, ou fará furor este Verão.
No meio do deserto criativo que o Festival revelou ser este ano, a participação alemã percebeu o essencial: não são os espectadores que se têm de adaptar às modas festivaleiras, é pre-cisamente o contrário. É bom? É mau? É o que é…
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