15 de maio de 2010

Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.
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O jornalista

A cerimónia em que o seleccionador nacional, Carlos Queiroz, anunciou os seus 23 eleitos (que afinal eram 24, na véspera de se saber que… afinal são 30) para o Mundial da África do Sul já aconteceu na segunda- -feira. Há quase uma semana, portanto. Mas como não vi ninguém a indignar-se com o que aconteceu (para lá do absurdo de algumas escolhas…), repesco o assunto para o palco mediático. Falo do formato da cerimónia, com Carlos Queiroz sentado num sofá ao lado de Pedro Mendonça Pinto, que lhe fazia perguntas, no papel de "O jornalista", perante uma plateia de… pés de microfone.


O modelo até pode ser internacional, até pode ser moderno e simpático. Mas é a negação do espírito de uma conferência de imprensa e é um sinal de medo do seleccionador, que preferiu não se sujeitar às previsíveis perguntas incómodas da plêiade de jornalistas que tinha à sua frente. Não está, obviamente, em causa o valor de Pedro Mendonça Pinto, mas é óbvio que as suas perguntas não esgotaram toda a curiosidade dos colegas que estavam na sala. Não está em causa a competência de Pedro Mendonça Pinto, mas é óbvio que as suas perguntas não apanharam desprevenido Queiroz. Não está em causa o valor de Pedro Mendonça Pinto, mas não consigo perceber como é que aqueles jornalistas que ali estavam, habitualmente tão solidários com causas e com exemplos dados noutras circunstâncias, não se levantaram da sala e voltaram para as suas redacções.


Se Queiroz não queria ser confrontado com o critério das suas escolhas, tinha uma solução: pedir à Federação Portuguesa de Futebol para emitir um comunicado com a convocatória.

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