1 de maio de 2010

Fecho


Boa noite. O Fecho de hoje incluí mais uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.
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Mais canais não s.f.f.

A notícia sobre os planos da RTP para lançar um novo canal de música não pode merecer outra coisa senão estupefacção. Depois de mais um ano a beber na inesgotável fonte do Orçamento do Estado (inesgotável para ela, isto é) e a vampirizar o mercado publicitário que devia caber em exclusivo às operadoras privadas, a estação pública parece determinada a alargar ainda mais o seu leque de canais, desta vez em parceria com a Portugal Telecom.

A notícia ainda não foi confirmada, mas também não foi desmentida - nem pela RTP nem pela PT, de que a Meios&Publicidade, que avançou com a informação, cita fontes oficiais. De resto, a possibilidade de a estação pública diversificar a sua oferta está em estudo desde pelo menos 2007, altura em que o projecto de novo contrato de concessão, da autoria do Governo, foi apresentado.

E a questão é muito clara: se se tratar de um bom negócio, em que o ratio entre o investimento e a facturação permita à RTP aumentar a sua independência financeira (reduzindo, ao mesmo tempo, a sua dependência do Orçamento do Estado), sim; se, pelo contrário, se tratar de mais um departamento para engordar a estrutura, por muito que meia dúzia de pessoas chegue para fazer um canal de música, não.

Já o percebemos: enquanto Portugal for este Portugal, os portugueses estes portugueses e os políticos portugueses estes políticos portugueses, a RTP continuará a sugar o erário público. O mínimo que pode fazer, e já que não diversifica a sua carteira de produtos em áreas onde efectivamente possa ganhar dinheiro sem aumentar a concorrência desleal para com as estações privadas, é um esforço para gastar menos. Pode ser mais simples do que isto?

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